postado em 30/10/2008 11:11
O PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos encolheu 0,3% no terceiro trimestre, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Departamento de Comércio --no segundo trimestre, o PIB havia subido 2,8%. Apesar de negativo, o número ficou acima das expectativas de analistas, que esperavam queda de 0,5%.
Trata-se da primeira retração no nível de atividade econômica do país desde a queda de 0,2% no quarto trimestre de 2007, e o pior resultado desde a baixa de 1,4% verificada no terceiro trimestre de 2001, quando os EUA sofreram uma aguda crise.
O número de hoje confirma o que mercados e governos ao redor do mundo mais temiam --mas já esperavam: que a maior economia do planeta caminha para uma recessão, ou pelo menos uma forte desaceleração. Tecnicamente, um país entra em recessão após dois trimestres de PIB negativo.
O governo destacou em um comunicado divulgado logo após o anúncio que o valor é uma estimativa baseada em dados ainda incompletos e sujeitos a revisão. Os dados revisados, com base em informações mais completas, devem ser anunciado no dia 25 de novembro.
A maioria dos componentes centrais do PIB contribuiu negativamente para o resultado no trimestre passado. Houve redução nos gastos dos consumidores com bens não-duráveis, um crescimento menor das importações, uma retração maior nos gastos com bens duráveis e uma desaceleração nas exportações. Os gastos do consumidores americanos --que respondem por dois terços da economia dos EUA-- tiveram retração de 3,1% no trimestre passado, contra alta de 1,2% um trimestre antes e 2% de crescimento no terceiro trimestre de 2007.
Os gastos com bens duráveis caíram 14,1% no trimestre passado. Esse componente do PIB, porém, já estava em declínio desde o início deste ano --no primeiro, houve queda de 4,3% e no segundo, de 2,8%. Já com bens não-duráveis, a queda foi de 6,4%, contra um crescimento de 3,9% um trimestre antes.
Os gastos dos americanos com serviços conseguiram se manter em nível relativamente estável: no trimestre passado, o indicador subiu 0,6%, contra 0,7% no segundo trimestre.
Já a renda ajustada pela inflação, e depois do pagamento de impostos, caiu 8,7% entre julho e setembro, a maior diminuição trimestral desde 1947, acrescentou o relatório.
O governo destaca que as vendas finais de computadores contribuíram com 0,06 ponto percentual no resultado, menos da metade da contribuição registrada no PIB do segundo trimestre, de 0,17 p.p.. Já a produção de veículos, por sua vez, contribuiu com 0,09 p.p., depois de subtrair 1,01 p.p. no dado do trimestre anterior.