Economia

Bolsas européias fecham em alta com corte nos juros e empresas

;

postado em 30/10/2008 16:20
As bolsas européias fecharam com altas moderadas nesta quinta-feira (30/10) em relação à sessão anterior. Os mercados começaram o dia motivados pelo corte da taxa de juros dos Estados Unidos anunciado ontem pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), mas reduziram o ímpeto no transcorrer das negociações. O índice DAX-30 de Frankfurt registrou uma alta mais expressiva entre as principais Bolsas européias, de 1,26%, a 4.869,30 pontos - mas chegou a valorizar 4,87%. Londres também reagiu bem e o índice FTSE-100 fechou em alta de 1,16%, para 4.291,6 pontos - ao longo da sessão atingiu ganhos de 2,6%. O principal índice da Bolsa de Paris, o CAC-40, fechou em leve alta nesta quinta-feira, 0,15%, a 3.407,82 pontos. O índice Ibex-35, da Bolsa de Madri, fechou nesta quinta-feira em alta de 2% (172,80 pontos), para 8.822,90 pontos. Já as duas Bolsas de Moscou, RTS e Micex, fecharam a quinta-feira com altas espetaculares, de 17% e 19%, respectivamente, em um contexto de otimismo nos mercados financeiros mundiais. Os investidores receberam com otimismo a decisão do Fed de reduzir sua taxa de juros para 1% ao ano. Com juros menores, o custo de empréstimos pode também ficar menor e o crédito poderia ir aos poucos voltando ao normal. Ontem, o Fed informou na nota divulgada logo após o anúncio da decisão sobre os juros que o cenário da economia americana continua ruim e que fará o que for necessário para ampliar a oferta de dinheiro e estimular o consumo. A medida, no entanto, não surtiu tanto efeito nos EUA - a Bolsa de NY fechou em queda de 0,82% para o índice Dow Jones. A Bolsa de Tóquio (Japão) fechou com alta de quase 10%. Na Coréia do Sul, o mercado avançou quase 12%. As quedas vistas nos últimos meses reduziram os preços das ações ao ponto de começarem a parecer atrativas para os investidores mais uma vez. Na Austrália, o mercado avançou 3,98%; a China subiu 2,17%; e Hong Kong fechou com ganhos de cerca de 10%. Os resultados da Alcatel-Lucent e da Unilever também animaram os negócios, que esfriaram um pouco no transcorrer da sessão, acompanhando o movimento das Bolsas americanas, que retomaram o fôlego logo em seguida. O índice Dow Jones subia 1,7% (às 14h02, horário de Brasília), o Nasdaq avançava 1,97% e o S 500, 1,93%. Hoje, o Departamento do Comércio dos EUA informou que o PIB dos Estados Unidos encolheu 0,3% no terceiro trimestre, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Departamento de Comércio - no segundo trimestre, o PIB havia subido 2,8%. Trata-se da primeira retração no nível de atividade econômica do país desde a queda de 0,2% no quarto trimestre de 2007, e o pior resultado desde a baixa de 1,4% verificada no terceiro trimestre de 2001, quando os EUA sofreram uma aguda crise. Porém, o que poderia ser considerado um motivo para as Bolsas caírem foi encarado de forma positiva pelo mercado, já que o número ficou acima das expectativas de analistas --que esperavam queda de 0,5%. Entre os resultados corporativos, o grupo anglo-holandês Unilever anunciou ter registrado alta de 72% em seu lucro referente ao terceiro trimestre. A empresa informou que medidas sobre preços e redução de custos ofuscaram os aumentos nos preços das commodities. Para este ano, a expectativa de crescimento de vendas é positiva. Já o Deutsche Bank informou ter conseguido se manter com resultados positivos no terceiro trimestre, apesar da piora na crise financeira vista desde o mês passado. A Royal Dutch Shell, por sua vez, informou crescimento de 22% do lucro no trimestre, superando as previsões dos analistas. Na contramão, o grupo do setor químico Basf registrou queda de 1,4% no lucro líquido entre janeiro e setembro em comparação com o mesmo período do ano passado, até alcançar 3,225 bilhões de euros (US$ 4,2 bilhões), por causa do arrefecimento da economia. Segundo informou nesta quinta-feira a companhia, esta queda nos lucros, a primeira nos últimos sete anos, aconteceu por causa da redução da demanda de seus principais clientes. O euro caiu hoje no mercado de Frankfurt e fechou a US$ 1,2819, frente ao US$ 1,2862 da quarta-feira. O Banco Central Europeu (BCE) fixou hoje o câmbio oficial do euro em US$ 1,3035.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação