postado em 30/10/2008 18:15
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta quinta-feira (30/10), na Cúpula Ibero-americana, que a voz das nações mais pobres seja ouvida no desenho de uma nova ordem econômica mundial, já que esses países "são vítimas, e não culpados", da crise.
O desabe dos mercados globais "não poderá ser contido sem um esforço de coordenação internacional", e "esse esforço será injusto se não levar em conta os países em desenvolvimento", afirmou o presidente brasileiro na primeira sessão plenária do encontro, que acontece em San Salvador.
Lula destacou que "os países ricos não foram capazes de conter a crise", cuja resolução exige "uma maior participação dos países em desenvolvimento".
"No momento em que os países emergentes são vistos como esperança, não podemos aceitar um processo que nos exclua", pois as nações mais pobres são "vítimas, e não culpados, daqueles que especulam com esperanças e vendem ilusões", afirmou.
O presidente lembrou que, na segunda-feira, em uma reunião extraordinária de ministros do Mercosul, os países do bloco concluíram que "só é possível responder à crise com mais integração, mais comércio justo e menos subsídios".
Nesse sentido, voltou a apontar o dedo para as nações mais desenvolvidas e reivindicou "uma conclusão rápida da Rodada Doha", para que o comércio internacional seja "mais justo" e seja possível contar com estímulos financeiros que impeçam o impacto da crise na economia real.