Economia

Petróleo volta a fechar em baixa com resultado do PIB dos EUA

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postado em 30/10/2008 18:18
Os preços do petróleo voltaram a mostrar tendência de queda nesta quinta-feira (30/10), ante novos temores sobre a demanda da matéria-prima após o anúncio de contração do PIB dos Estados Unidos no terceiro trimestre deste ano. Os contratos do barril do petróleo cru para entrega em dezembro recuaram 2,28%% na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), para US$ 65,96. Ao longo da sessão, a cotação atingiu a máxima de US$ 70,60 e a mínima de US$ 64,04. A publicação de uma contração de 0,3% no PIB norte-americano no terceiro trimestre --primeira retração no nível de atividade econômica do país desde a queda de 0,2% no quarto trimestre de 2007-- desencadeou o movimento de baixa dos preços do petróleo, após a efêmera subida dos dois dias anteriores e a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em cortar em 0,5 ponto a taxa de juros ontem. Apesar de negativo, o dado sobre o PIB ficou acima das expectativas de analistas, que esperavam queda de 0,5%. O número de hoje confirma o que mercados e governos ao redor do mundo mais temiam - mas já esperavam: que a maior economia do planeta caminha para uma recessão, ou pelo menos uma forte desaceleração. Tecnicamente, um país entra em recessão após dois trimestres de PIB negativo. Os gastos do consumidores americanos - que respondem por dois terços da economia dos EUA - tiveram retração de 3,1% no trimestre passado, contra alta de 1,2% um trimestre antes e 2% de crescimento no terceiro trimestre de 2007. O corte de juros anunciado ontem pelo Banco do Povo da China (BC do país) também contribuiu para acalmar os investidores, preocupados com a demanda de petróleo do gigante asiático, que está a ponto de arrebatar o primeiro posto de consumidor dos Estados Unidos. Estes cortes e a queda do dólar sustentaram os preços do petróleo nesta quinta-feira. "Já integramos a recessão em nossas estimativas sobre a demanda dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), mas agora temos atribuído reduções a China, Índia e Orietne Médio", disse o analista Torbjorn Kjus. Para ele, a redução de 1,5 milhão de barris diários, decidida pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), não será suficiente para reverter a tendência pessimista do mercado e seu excesso de provisionamento. Tampouco teve algum reflexo nos preços do petróleo o anúncio da Venezuela de que necessita reduzir "no mínimo" um milhão de barril a oferta do petróleo cru da Opep "em dezembro ou antes disso" se a situação exigir.

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