postado em 30/10/2008 19:08
As bolsas americanas fecharam em alta nesta quinta-feira (30/10), sustentadas pelos resultados corporativos acima do esperado e apesar da contração da economia dos Estados Unidos no terceiro trimestre.
O Dow Jones Industrial Average (DJIA), principal índice da Bolsa de Nova York, avançou 2,11%, aos 9.180,69 pontos. O índice tecnológico Nasdaq ganhou 2,49%, para 1.698,52 pontos e o S 500, 2,58%, para 954,09 pontos.
"O mercado busca acomodar-se, ainda mais que amanhã (sexta-feira) marca o fim do mês. Há algumas ofertas, mas os vendedores também buscam equilibrar seus portfólios", disse Mace Blicksilver, da Marblehead Asset Management.
"Não se pode tirar muitas conclusões desta jornada. Será necessário esperar a segunda-feira ou a terça, e o próximo mês para saber se o dinheiro vai fluir ou sair do mercado", acrescentou o analista.
Para Federic Dickson, analista da D.A.Davidson, Wall Street é sustentada por "sinais de melhoria no que se refere à crise mundial de crédito, que deveria retomar lentamente a confiança dos investidores".
A decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), nesta quarta (29/10) de reduzir sua taxa de juros para 1% ao ano também ajudou no desempenho dos mercado hoje. O banco já havia reduzido no último dia 8 de 2% para 1,5%, em uma medida emergencial, em coordenação com outros BCs, para conter o avanço da crise financeira.
Hoje, no entanto, o Departamento de Comércio informou que o PIB dos Estados Unidos encolheu 0,3% no terceiro trimestre. Trata-se da primeira retração no nível de atividade econômica do país desde a queda de 0,2% no quarto trimestre de 2007, e o pior resultado desde a baixa de 1,4% verificada no terceiro trimestre de 2001, quando os EUA sofreram uma aguda crise. Porém, o que poderia ser considerado um motivo para as Bolsas caírem foi encarado de forma positiva pelo mercado, já que o número ficou acima das expectativas de analistas -
que esperavam queda de 0,5%.
A Casa Branca reconheceu que os dados negativos refletem as dificuldades da economia americana, mas garantiu que a administração está trabalhando para retomar o crescimento e a criação de empregados daqui aos primeiros meses de 2009. "Os dados do PIB publicados hoje são fracos, mas não são inesperados", disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino.
O mercado de capitais também foi impulsionado por alguns resultados corporativos anunciados hoje.
O destaque foi a Exxon Mobil, a maior companhia petrolífera do mundo, que bateu o recorde de lucro trimestral das empresas americanas, que era dela mesmo, com o ganho de US$ 14,83 bilhões no terceiro trimestre. Já a gigante do setor de consumo Colgate-Palmolive postou lucro 19% maior no período e apontou otimismo para o final do ano e para 2009. Por outro lado, a American Express informou que vai fechar 7.000 empregos, cerca de 10% de seu quadro de empregados nos Estados Unidos, como parte do esforço de cortar custos de US$ 1,8 bilhão em 2009.
A fabricante americana de telefones celulares Motorola também informou perdas de US$ 587 milhões nos nove primeiros meses do ano, quase quatro vezes mais do que os US$ 149 milhões perdidos no mesmo período do ano passado. Devido ao resultado, ela decidiu cortar 4,5% de sua força de trabalho, o que gerará cerca de 3.000 demissões.