postado em 30/10/2008 20:21
As construtoras que quiserem utilizar a nova linha de crédito para capital de giro no setor terão até o final de março de 2009 para obter esses empréstimos. O prazo foi anunciado hoje pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Ontem, o governo já havia informado que iria autorizar os bancos brasileiros a direcionar 5% do saldo da poupança para capital de giro de construtoras. Hoje, os bancos são obrigados a aplicar 65% em financiamento imobiliário. Esses 5% poderão ser abatidos desse total.
Segundo cálculos do Banco Central, isso vai significar a liberação de R$ 9,3 bilhões. Desse total, R$ 3 bilhões vão sair da Caixa Econômica Federal, banco que libera as aplicações em poupança no país.
Essa linha tem como objetivo disponibilizar mais capital de giro para as essas empresas e evitar uma paralisação das suas obras devido à crise internacional de crédito, que já afeta o Brasil.
O prazo máximo do empréstimo será de 60 meses. O dinheiro só será liberado para incorporações imobiliárias submetidas ao regime de patrimônio de afetação --regra que permite a segregação de uma obra das demais operações de uma incorporadora e dá mais segurança ao mutuário. Também vale para sociedades de propósito específico constituídas para construção e venda de imóveis.
Caixa
No caso da Caixa, os empréstimos terão uma garantia adicional, além daquela dada pela empresa que toma o crédito. O governo vai criar um fundo com base nos dividendos que seriam pagos pela Caixa à União até 2010. O fundo terá de R$ 1,050 bilhão, ou seja, vai garantir 35% das operações. Os juros para a linha serão de TR mais 11% ao ano. Hoje, o juro para capital de giro no mercado está acima de 20% ao ano. Essa medida pode beneficiar as pessoas que compram a casa própria. Segundo a Caixa, a tendência é que o repasse de custos para o mutuário seja menor. Hoje o capital de giro já é repassado para o comprador, mas em valores maiores, pois os juros são mais altos.