postado em 31/10/2008 09:10
A Vale anunciou nesta sexta-feira (31/10) a decisão de reduzir sua produção de minério de ferro, níquel e alumínio, entre outros produtos, diante do cenário de desaceleração do crescimento da economia global, em meio à crise financeira. Segundo a mineradora, já existe "significativa acumulação de estoques" de alguns metais. Apesar disso, a empresa assegurou que os investimentos de US$ 14,2 bilhões programados para 2009 estão mantidos, dada a "confiança nos fundamentos de longo prazo dos mercados de minérios e metais".
A produção de minério de ferro da companhia será reduzida em 30 milhões de toneladas métricas anuais. A empresa irá paralisar a partir deste sábado (01/11) as atividades de algumas minas localizadas no sistema Sul e Sudeste, no estado de Minas Gerais. "Essas unidades apresentam maior custo e produzem minérios de qualidade inferior relativamente aos demais produzidos pela Vale", segundo a empresa. Conforme a mineradora, os empregados nessas unidades entrarão em férias coletivas.
A Vale informou que a readequação da oferta de minério se faz necessária diante dos anúncios de cortes na produção de aço por siderúrgicas em diversas regiões, estimados em cerca de 20% da produção global em 2007 e com implementação imediata.
Duas unidades de produção de Pelotas, representando cerca de 20% da capacidade nominal de produção da matéria-prima, ficarão paradas para manutenção a partir de novembro.
Manganês e ferro ligas
Além disso, a Vale vai paralisar as atividades produtivas de minério de manganês e ferro ligas no Brasil em dezembro próximo e janeiro de 2009. Na França, a planta de ferro ligas de Dunquerque ficará desativada até abril do ano que vem. Na Noruega, a parada para a reforma de um forno na planta de Mo I Rana se estenderá até junho de 2009. "Dessa forma, haverá redução de produção de 600 mil toneladas métricas de minério de manganês e 90 mil toneladas métricas de ferro ligas relativamente ao programado para o primeiro semestre de 2009", segundo a Vale.
Níquel
Com relação ao níquel, a Vale está deixando de utilizar energia de geração termelétrica na operação na Indonésia, o que levará a corte na produção do metal da ordem de 20%, representando 17 mil toneladas métricas. A refinaria de níquel em Dalian, na China, continuará operando a 35% de sua capacidade nominal de 60 mil toneladas métricas anuais.
Alumínio e caulim
No alumínio, a empresa optou por reduzir as atividades da subsidiária integral Valesul, no Rio de Janeiro. Segundo a Vale, a unidade opera com custos elevados, sobretudo em razão dos gastos com energia elétrica, insumo fundamental para a produção do metal. "Tendo em vista a necessidade do cumprimento de obrigações contratuais, a produção da Valesul será limitada a 40% de sua capacidade nominal de 95 mil toneladas métricas anuais", de acordo com a mineradora.
Por fim, a produção de caulim para revestimento de papel na subsidiária Cadam, no Amapá, será reduzida em 30% relativamente a sua capacidade nominal, informou a Vale.