Economia

Chrysler pode sumir após fusão com GM, diz jornal

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postado em 31/10/2008 15:09
A fabricante Chrysler, a terceira maior dos Estados Unidos, pode desaparecer se a General Motors concretizar sua intenção de compra. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (31/10) pelo jornal Automotive News, que cita uma pesquisa de uma consultoria especializada. A maior fabricante de carros do mundo negocia com o Tesouro americano um empréstimo de US$ 5 bilhões para comprar a Chrysler, uma das empresas mais afetadas com falta de crédito causada pela crise financeira. De acordo com a consultoria Grant Thornton LLP, a fusão "resultaria no fechamento de mais da metade das fábricas da Chrysler e a eliminação de cerca de sete modelos da empresa". Atualmente, a marca tem nove carros em sua linha de produção sob a bandeira Chrysler, entre eles o PT Cruiser e o 300, que são vendidos no Brasil. A empresa ainda é dona das marcas Dodge e Jeep, que, somados, produzem 17 veículos. O Automotive News registra ainda que entre 100 mil e 200 mil empregos podem desaparecer com o acordo. Para a diretora da Grant Thornton, Kimberly Rodriguez, o resultado da negociação deve surgir a partir do próximo dia 4 de novembro. O The Wall Street Journal informou na semana passada que a Cerberus Capital Management, detentora de 80,1% da Chrysler, propôs ceder suas operações automotivas à GM em troca da parte que a GM detém da GMAC Financial Services, o braço financeiro da GM. "A Chrysler como conhecemos hoje vai deixar de existir muito em breve", disse Rodriguez em uma coletiva para jornalistas. "Sobram poucas opções para a companhia." A empresa, que até o começo do ano possuía 16 fábricas, permanece com 14. Há cerca de duas semanas, a companhia anunciou planos para cortar 6% de seus postos de trabalho nos EUA, o que representa 1.825 vagas. Brasil Os cortes são resultado da queda nas vendas decorrente da crise financeira global.No primeiro dia de coletiva para os jornalistas presentes no 25° Salão Internacional do Automóvel, a Chrysler revelou que vê no mercado brasileiro - e por extensão no latino - uma esperança para vender seus produtos. "A América Latina é uma região cada vez mais importante", afirmou a vice-presidente de Marketing, Deborah Meyer. Para o diretor da Chrysler no Brasil, Philip Derderian, ainda não é possível prever o que muda no Brasil caso haja a fusão. "Vamos esperar as notícias", afirmou. Atual terceira em número de vendas no Brasil - atrás de Fiat e Volkswagen -, a GM (Chevrolet no Brasil) poderia se tornar ainda mais competitiva. No mercado americano, a empresa poderia controlas 36% do setor automotivo.

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