postado em 31/10/2008 15:35
As bolsas européias fecharam em alta nesta sexta-feira (31/10), após um início de negociações no vermelho. A reversão ocorreu no rastro de Wall Street, que opera positivo hoje, apesar dos dados negativos da economia por lá - mas já precificados pelos investidores.
A Bolsa de Londres fechou nesta sexta-feira em alta, com seu índice Footsie-100 ganhando 85,69 pontos, ou seja, 2%. O índice Dax de Frankfurt também registou alta de 2,44%, a 4.987,97 pontos. Paris progrediu 2,33% em seu índice CAC 40, que ficou nos 3.487,07 pontos. O índice Ibex-35 da Bolsa de Madri fechou no azul, 3,32%, a 9.116 pontos.
No princípio das operações de hoje, os índices apresentavam trajetória negativa, afetados pelos resultados fracos do grupo britânico de telecomunicações BT Group e da fabricante francesa de cosméticos L´Oreal.
A L´Oreal comunicou que vai fechar duas fábricas: uma em Mônaco e outra no Reino Unido. A empresa anunciou ontem também que suas vendas tiveram uma queda no terceiro trimestre e que irá revisar suas metas para este ano para baixo.
O Banco da Espanha informou que a economia espanhola retrocedeu 0,2% no terceiro trimestre deste ano com relação ao trimestre anterior, a primeira queda registrada nos últimos 15 anos. O arrefecimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas de um país) entre julho e setembro representa o primeiro registro trimestral negativo da economia espanhola desde o segundo trimestre de 1993, quando o PIB caiu 0,3%, e foi registrado depois do crescimento de 0,1% no segundo trimestre e de 0,3% no primeiro, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística espanhol. Na Ásia, a Bolsa de Tóquio fechou com forte queda após o corte de juros promovido pelo Banco do Japão (BC do país).
O banco reduziu de 0,50% para 0,30% sua taxa de juros, mas a expectativa era por um corte maior. Após a decisão, o mercado afundou 5,01% e encerrou o pior mês da história da Bolsa japonesa. Em outubro, a Bolsa acumulou uma queda de 24%, a maior desde 1950, segundo a agência Thomsom Reuters. As demais Bolsas da região mantiveram tendências variadas com o ânimo de parte dos investidores com o fato de o PIB (Produto Interno Bruto) americano ter recuado menos que o esperado pelos analistas; a Coréia do Sul, teve alta de 2,61%; e a Indonésia, de 5,66%; já a Bolsa de Xangai (China) recuou 1,97% e a de Hong Kong, 2,52%. A Bolsa de Sydney (Austrália) subiu 0,64%.
EUA
Hoje, nos EUA, foi divulgado queda do índice de Confiança dos Consumidores em outubro, de 70,3 em setembro para 57,6 no mês correntae, segundo leitura da Universidade de Michigan. O número bate com as projeções dos analistas, que estimavam leitura de 57,5 pontos.
Na quarta-feira, o instituto Conference Board já havia informado que a confiança do consumidor americano caiu neste mês ao seu menor nível em 41 anos, segundo sua própria sondagem. O indicador ficou em 38 pontos, contra 61,4 pontos em setembro.
Nesta sexta, o Departamento de Comércio dos EUA já revelou que o nível de consumo das famílias americanas caiu 0,3% em setembro, ante expectativas dos analistas, que apontavam retração de 0,2%. Ontem, o governo americano revelou que o PIB do terceiro trimestre teve uma redução de 0,3%, afetado, principalmente, por um retrocesso nos gastos das famílias de 3,1%, uma variação não observada desde 1980. A retração menor que a esperada do PIB, no entanto, anunciada ontem, trouxe certo ânimo. A economia do país teve retração de 0,3% no trimestre passado, contra a expectativa de um retração de 0,5%. Hoje, às 15h12 (horário de Brasília), o Dow Jones Industrial Average (DJIA), principal índice da Bolsa de Nova York, avança 1,20%, aos 9.290,52 pontos. O índice tecnológico Nasdaq ganha 1,06%, para 1.716,60 pontos e o S 500, 1,35%, para 965.78 pontos.
O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduziu nesta semana sua taxa de juros para 1% ao ano, nível visto pela última vez em maio de 2004. O banco já havia reduzido no último dia 8 de 2% para 1,5%, em uma medida emergencial, em coordenação com outros BCs, para conter o avanço da crise financeira. Com juros menores, o custo de empréstimos pode também ficar menor e o crédito poderia ir aos poucos voltando ao normal.