Economia

Zona do euro já está em recessão e deve ficar até 2009, diz Comissão Européia

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postado em 03/11/2008 08:51
A zona do euro já está em recessão e ficará nessa situação até 2009, segundo novas previsões econômicas divulgadas nesta segunda-feira (03/11) pela Comissão Européia, o órgão executivo da União Européia (UE). A comissão atribui a contração ao efeito da crise financeira, junto com a correção do setor imobiliário em muitos países-membros. O PIB (Produto Interno Bruto) dos países da região que utiliza a moeda comum começou a se contrair no segundo trimestre de 2008 (-0,2%) e, segundo a comissão, voltou a perder força no terceiro (-0,1%) e seguirá caindo no quarto (-0,1%), para começar uma lenta recuperação a partir de 2009. A Comissão Européia prevê que todas as grandes economias do bloco --Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Espanha-- entrarão neste ano em recessão, que acontece tecnicamente quando o PIB se contrai por dois trimestres consecutivos. Como resultado, em todo o ano de 2008, o crescimento da zona do euro será de 1,2% (frente ao 2,7% em 2007), de 0,1% em 2009 e de 0,9% em 2010. A UE também entrará em recessão neste ano, com quedas da atividade de 0,1% no terceiro e quarto trimestre, que deixarão o avanço do PIB em todo o ano em 1,4% (foi de 2,9% em 2007). Em 2009, a economia dos países da UE crescerá apenas 0,2%, enquanto, em 2010, o avanço será de 1,1%. As economias européias "foram muito afetadas pela crise financeira, que está agravando a correção do mercado imobiliário em muitos países, em um momento de rápida queda da demanda externa", informou a comissão, que acrescentou que, embora as medidas adotadas para estabilizar os mercados financeiros estejam surtindo efeito, a situação "continua sendo precária" e há risco de que piore. A queda da atividade deixará de ser notada no mercado de trabalho e a criação de emprego desacelerará consideravelmente, após anos de fortes altas. Como resultado, a taxa de desemprego aumentará nos próximos anos, até 8,7% na zona do euro em 2010 e 8,1% na UE, frente aos 7,5% e 7,1%, respectivamente, do final de 2007. Como ponto positivo, a comissão destaca a moderação das pressões inflacionárias, graças à queda do preço do petróleo, que deixariam a taxa de inflação ligeiramente acima de 2% no final de 2010. O órgão executivo europeu também espera uma piora da situação orçamentária e acredita que vários países-membros ultrapassarão o limite de déficit público de 3% do PIB. O investimento será o fator de crescimento que registrará a queda mais brusca, devido à fraqueza da demanda, à deterioração da confiança e aos problemas de acesso a financiamento. O setor exterior melhorará sua contribuição para o crescimento, graças a que as exportações, favorecidas pela desvalorização do euro, subirão mais que as importações. Em qualquer caso, o comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Joaquín Almunia, deixou claro que "a crise financeira não acabou" e advertiu que seu efeito pode ser mais longo ou pronunciado do que o calculado.

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