postado em 03/11/2008 13:05
O maior temor de funcionários de bancos quando ocorre uma fusão é com possíveis demissões, já que a sobreposição de operações e setores permite um corte de gastos. Nesta segunda-feira (03/11), Itaú e Unibanco anunciaram fusão, mas destacaram que os bancos continuarão a "[operar separadamente, inclusive com manutenção de agências.
Sobre isso, o presidente da Federação dos Bancários da CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Estado de São Paulo, Sebastião Geraldo Cardozo, informou em nota que "vê com preocupação" a fusão, pois a formação do conglomerado pode significar o corte de postos de trabalho.
Já a Contraf/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) afirmou que entrou em contato com o Itaú assim que a fusão foi anunciada, para "marcar uma reunião, ainda nesta semana, para discutir a união das duas instituições".
"Uma operação desse tamanho nos causa muita preocupação, uma vez que fusões anteriores do Itaú provocaram demissões de trabalhadores. A Contraf/CUT e os sindicatos estão em alerta para tomar todas as medidas possíveis para garantir os empregos e os direitos dos bancários", destaca o secretário-geral da entidade, Carlos Cordeiro.
A Contraf destaca as compras, pelo Itaú, dos bancos Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro), em 1997, e Banestado (Banco do Estado do Paraná), em 2001, que causaram muitas demissões.
"Esperamos que, diferentemente das fusões anteriores, desta vez seja bom para a sociedade, com aumento dos postos de atendimento, da oferta de crédito e da diminuição de juros e tarifas", diz Cordeiro.
Segundo a Contraf, 80 mil bancários trabalham nos dois bancos, sendo 52 mil no Itaú e 28 mil no Unibanco. O montante responde por quase 20% do número total de bancários no país.