Economia

Confira as principais fusões de bancos no Brasil nos últimos anos

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postado em 03/11/2008 17:18
A fusão entre Itaú e Unibanco, anunciada nesta segunda-feira pela direção dos dois bancos, é mais um passo para o processo de consolidação do setor bancário brasileiro. Nos últimos anos, notadamente após a implantação do Plano Real em 1994 e do processo de privatização dos bancos estaduais ao longo dos anos 1990, esse processo se intensificou. Veja abaixo a lista das principais fusões e aquisições do setor bancário brasileiro nos últimos anos: Santander compra o ABN Amro Real - 2007 Em outubro de 2007, o banco holandês ABN Amro foi vendido a um consórcio formado pelo espanhol Santander, pelo escocês Royal Bank of Scotland (RBS) e pelo belgo-holandês Fortis pelo valor de 71 bilhões de euros (aproximadamente R$ 181 bilhões), o maior negócio da história da indústria bancária no mundo. Por conta desse negócio, o Santander passou a controlar o ABN Amro Real. No ranking do Banco Central, o Real ocupa a quinta colocação entre os maiores bancos do país, enquanto o Santander é o sétimo. Os dois bancos estão em processo de fusão. Quando isso ocorrer, o banco passará a Caixa Econômica Federal no posto de quarto maior banco do país. Itaú compra o BankBoston - 2006 Em maio de 2006, o Itaú anunciou a compra do BankBoston - braço do americano Bank of America - no Brasil em um negócio que foi pago em ações. Pela venda, o Bank of America recebeu cerca de US$ 2,2 bilhões em ações do Itaú. Três meses depois, a mesma operação foi usada para adquirir os negócios do BankBoston no Uruguai e no Chile por R$ 1,37 bilhão. O negócio fez com que o Itaú encostasse de vez no então líder privado do setor, o Bradesco, além de dar maior fôlego ao Personallité, o serviço para clientes de alta renda do banco. Também deu ao Itaú a possibilidade de iniciar suas atividades como banco de varejo fora do Brasil. ABN Amro compra o Sudameris - 2003 Em outubro de 2003, o ABN Amro Real anunciou a compra do banco Sudameris Brasil. O ABN pagou pagou R$ 2,190 bilhões ao grupo italiano Intesa, que controlava o banco, sendo R$ 527 milhões em dinheiro mais participação de 11,58% da Intesa no seu capital. Porém, a integração total entre os bancos ocorreu apenas em 2007. Bradesco compra o BBVA - 2003 Em janeiro de 2003, o banco espanhol Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) vendeu a sua filial BBV Brasil ao Bradesco. O negócio foi concretizado em junho. Os espanhóis receberam US$ 632 milhões e 4,4% do capital do banco brasileiro, uma participação que ampliaram posteriormente para 5,01%. Em março deste ano, os controladores do Bradesco compraram de volta essa participação por US$ 1,47 bilhão. O próprio BBVA - na época se chamava apenas BBV-- apareceu no Brasil através de aquisições. A mais importante feita por ela foi a do Excel Econômico, em 1998. Santander compra o Banespa - 2000 O maior símbolo do processo de prizatização dos bancos estaduais na década de 1990 foi a venda do Banespa, que pertencia ao governo paulista e era, na época, um dos cinco maiores bancos do país. Em novembro de 2000, o Santander venceu o leilão e adquiriu o banco por R$ 7,05 bilhões. O negócio garantiu ao Santander uma posição de destaque no mercado bancário brasileiro - na época, passou o Unibanco e se tornou o terceiro maior banco privado do país. Até então, os espanhóis tinham uma presença considerada tímida no Brasil, basicamente formada por aquisições de bancos médios, como o Banco Geral do Comércio (1997) e o Banco Noroeste (1998). Unibanco compra o Banco Bandeirantes - 2000 O Unibanco adquiriu em 2000 o Banco Bandeirantes por R$ 1,044 bilhão, pagos em ações para o banco português Caixa Geral de Depósitos. Os portugueses, por sua vez, já tinham adquirido o banco em meados dos anos 1990. Com o acordo, o Caixa Geral de Depósitos passou a deter 12,4% do capital do Unibanco. BBVA compra o Excel Econômico - 1998 Em um dos negócios mais turbulentos do setor, os espanhóis do BBVA "estrearam" no mercado brasileiro ao adquirir o banco Excel Econômico por apenas R$ 1. O banco, inaugurado em 1990, estava em dificuldades financeiras desde que comprou a parte "limpa" do quebrado Banco Econômico em 1995. Cinco anos depois, os espanhóis desistiriam do setor bancário varejista no país e venderia sua parte brasileira para o Bradesco. Itaú compra o Banerj - 1997 O primeiro dos bancos estaduais a ser privatizado foi o Banerj, que pertencia ao governo fluminense. No leilão de privatização, o Itaú não teve concorrentes e arrebatou a compra pelo preço mínimo, de R$ 311 milhões. A incorporação definitiva do banco fluminense pelo Itaú ocorreu em 2004. O Itaú seria um dos principais "beneficiados" com a onda de privatizações. Nos anos seguintes também adquiriu da mesma maneira o Banestado (Paraná), o Bemge (Minas Gerais) e o BEG (Goiás). Bradesco compra o BCN - 1997 Em outubro de 1997, o Bradesco fez sua primeira grande aquisição na década ao incorporar o Banco de Crédito Nacional (BCN). A compra custou cerca de US$ 1 bilhão. Porém, os dois bancos só foram totalmente fundidos em março de 2004. Unibanco compra o Nacional - 1995 O Banco Nacional, à época um dos maiores do país, foi uma das mais célebres "vítimas" do Plano Real. Incapaz de gerir seus recursos após o fim da inflação, o banco quebrou em 1994 e foi um dos que recebeu ajuda do governo federal através do Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional). Em novembro do ano seguinte, o Unibanco comprou a carteira de clientes do Nacional e o Banco Central absorveu a parte "podre".

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