Economia

Crise afeta balança e pode reduzir importações para o Natal, diz secretário

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postado em 03/11/2008 17:32
A crise financeira internacional afetou os resultados da balança comercial em outubro, tanto nas exportações como na compra de importados para o Natal. O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, afirmou que já há notícias no Ministério do Desenvolvimento de exportadores que tiveram suas vendas adiadas devido à volatilidade do câmbio. Segundo ele, alguns empresários já relataram ao governo que compradores estrangeiros estão renegociando preços devido à alta do dólar em relação ao real, o que favorece o exportador. Entre os setores que apresentaram esse comportamento, ele destacou os exportadores de caminhões, telefones celulares e aço. "Em alguns casos, essa diminuição das exportações está relacionada à volatilidade cambial. Há receio dos exportadores em relação à renegociação de contratos", afirmou Barral. As exportações brasileiras caíram 7,5% entre setembro e outubro (para US$ 18,512 bilhões). Segundo Barral, parte disso é um efeito que é verificado todos os anos, principalmente devido ao fim das exportações de soja e outros produtos. A outra parte se deve à crise, que reduziu preços e demanda. Nos últimos dois anos, a queda verificada nesse tipo de comparação nessa época do ano era de, no máximo, 4%. "A queda nas exportações nesse ano, em relação ao mês de setembro, foi maior que nos outros anos. E o aumento das importações foi bem menor", afirmou. Natal O resultado das importações também surpreendeu o governo. As compras de produtos de consumo não-duráveis, que crescem nessa época do ano por causa do Natal, caíram 13,4% na comparação mensal, ante aumento de 10% verificado na mesma época do ano passado. Na comparação anual também houve desaceleração: aumento de 11,7% em 2008, abaixo dos 35% registrados em outubro de 2007. Entre esses bens não duráveis, estão alimentos importados e enfeites para as festas de fim de ano. Para o secretário de Comércio Exterior, esses números são um indício de cautela do importador, que pode sofrer com a concorrência dos produtos brasileiros caso pague muito caro por produtos para o Natal. Em relação a produtos mais elaborados (bens duráveis), ele afirmou que parte das importações pode ter sido feita até o mês passado, mas ainda estar retida no porto. Nesse caso, as importações não cresceram, mas ficaram estáveis. "A crise fará com que o consumidor veja como tem produto bom fabricado no país", afirmou Barral. Resultado de outubro A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 1,207 bilhão (diferença entre importações e exportações) em outubro. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, houve uma queda da 56,2% em relação ao resultado de setembro, considerando a média diária. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o recuo foi de 64,8%. O resultado da balança comercial é a diferença entre exportações de US$ 18,512 bilhões e importações de US$ 17,305 bilhões. Os dois resultados melhoraram em relação ao ano passado, mas apresentaram desaceleração durante o pior mês da crise internacional na comparação com setembro. De janeiro a outubro de 2008, o saldo comercial brasileiro totalizou US$ 20,845 bilhões. Pela média diária, o superávit comercial ficou 39,6% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. As exportações cresceram 27,3% na comparação anual, para US$ 169,372 bilhões. As importações avançaram 50,8%, para US$ 148,527 bilhões.

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