Economia

Fusão Itaú-Unibanco foi acelerada por união Santander-ABN-Amro

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postado em 03/11/2008 19:51
A fusão dos bancos Itaú e Unibanco, negociada há 15 meses por seus diretores, foi acelerada por conta da compra do ABN Amro Real pelo espanhol Santander, afirmou nesta segunda-feira (3/11) Pedro Moreira Salles, presidente do Unibanco, e futuro presidente do conselho de administração do Itaú Unibanco Holding. Para Roberto Setubal, que será presidente-executivo do novo grupo, a crise financeira global não foi determinante para o fechamento da negociação, mas "ajudou a amadurecer a idéia". Segundo Salles, a primeira conversa entre os dois bancos ocorreu há dez anos, mas as negociações foram aceleradas "de pouco mais de um ano para cá". "Quando o Santander comprou o Real, criou-se uma novidade no mercado. Isso nunca tinha acontecido antes (no mercado)", disse, ao referir-se à ascendência de um banco estrangeiro no ranking dos maiores do país. "O Santander mostrou que estava na hora de dar este passo", declarou. Maior grupo do hemisfério sul A fusão do Itaú e Unibanco formará o maior banco do país e o maior grupo financeiro do Hemisfério Sul. Segundo comunicado divulgado pelos bancos, o "valor de mercado fará com que ele (grupo) fique situado entre os 20 maiores do mundo". O total de ativos combinado é de mais de R$ 575 bilhões - contra R$ 403,5 bilhões do Banco do Brasil, e R$ 348,4 bilhões do Bradesco. Em entrevista coletiva à imprensa, Salles e Setubal reafirmaram que para os correntistas nada muda por enquanto. Antes de qualquer mudança, falta a aprovação dos órgãos competentes, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - o órgão ainda não foi notificado e informou que não se manifestará. Se no curto prazo não há mudanças previstas aos correntistas, a perspectiva no longo prazo é ganhar projeção internacional. Os executivos afirmaram que o novo banco tem capacidade para ter escala global, acompanhando o processo de internacionalização pelo qual passam as empresas brasileiras. "Nós (o Brasil) precisamos de um banco internacional. Esse banco, com uma base de capitalização forte, terá capacidade de financiar as empresas que estão se internacionalizando", afirmou Setubal. Segundo Salles, a meta do novo banco é tornar-se player em cinco anos, lembrando que o Itaú já possui operações em alguns países como Chile, Uruguai e Argentina.O processo de internacionalização, destacou Setubal, tende a começar pela América Latina.

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