postado em 04/11/2008 18:41
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) concluiu os negócios desta terça-feira (4/11) em forte alta. Investidores voltaram às compras, optando pelos papéis do setor bancário, que voltou ao "foco" do mercado após a fusão Itaú-Unibanco, em meio a rumores de novas movimentações entre as instituições financeiras no país. A cena externa também contribuiu para o dia de recuperação: o mercado americano "ignorou" as más notícias, animado com a expectativa de um novo ocupante para a Casa Branca. O dólar cedeu para R$ 2,11.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, teve alta de 5,24% e atingiu os 40.254 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,48 bilhões.
O dólar comercial foi negociado a R$ 2,112 para venda, em decréscimo de 2,58% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 446 pontos, número 1,59% acima da pontuação anterior.
Em seu leilão diário de "swap" cambial, o Banco Central colocou pouco mais de US$ 600 milhões desses contratos, que oferecem proteção ao agente financeiro contra as oscilações do dólar e tendem a diminuir a pressão sobre os preços da moeda americana. Entre as ações líderes da Bolsa, a ação preferencial da Petrobras subiu 8,47%, enquanto a ação da Vale teve avanço de 5,47%. Ainda no rol dos papéis preferidos pelos investidores hoje, a ação do Itaú teve alta de 4,83%, enquanto os ativos do Bradesco e do Banco do Brasil valorizaram 3,17% e 15,64%, respectivamente. E o papel do banco estadual Nossa Caixa, sob perspectiva de ser comprado, disparou 13,86%.
Em um mercado de tom mais otimista, as bolsas européias fecharam com forte alta, a exemplo de Londres (4,42%), Paris (4,62%) e Frankfurt (5%). Nos EUA, a Bolsa de Nova York ganha 2,39%. Nos EUA, a Bolsa de Nova York, que ainda não encerrou seu pregão, valoriza 2,71%.
Notícias do dia
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA informou que os pedidos industriais caíram 2,5% em setembro. Trata-se a maior queda desde que o índice é publicado em sua forma atual, em 1992.
No front doméstico, apesar da crise financeira, a produção industrial do país acelerou 1,7% em setembro frente ao mês anterior, recuperando queda de 1,2% em agosto, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O faturamento da indústria brasileira voltou a crescer em setembro, depois da queda registrada em agosto. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontou que o faturamento cresceu 10,2% em relação ao mesmo mês do ano passado e 2% entre agosto e setembro (dado dessazonalizado, que não considera fatores específicos do período).
Já o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) apontou avanço nas sete capitais pesquisadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na quadrissemana encerrada em 31 de outubro. O indicador geral apresentou inflação de 0,47%, ou 0,13 ponto percentual acima da apurada com na quadrissemana até 22 de outubro. O indicador é o maior desde julho de 2008, quando registrou inflação de 0,53%.
Empresas
A Aracruz admitiu hoje um prejuízo de US$ 2,13 bilhões devido a suas operações com câmbio no mercado financeiro. Segundo a empresa, o pagamento desses valores serão negociados com os bancos com quem realizou essas operações até o final de novembro. A ação da companhia valorizou 8,39% no pregão de hoje.
A Embraer, por sua vez, anunciou na noite de ontem que teve prejuízo de R$ 48,4 milhões no terceiro trimestre de 2008, contra lucro de R$ 306 milhões no mesmo período do ano passado e de R$ 176,3 milhões no segundo trimestre. As perdas com variações cambiais foram determinantes para o resultado. A ação da fabricante de aviões subiu 3,03%.
Já o banco Itaú, que ontem anunciou a fusão com o Unibanco, confirmou que obteve lucro de R$ 1,848 bilhão no terceiro trimestre deste ano, com quedas de 9,5% sobre o obtido no segundo trimestre e de 23,9% sobre o obtido no terceiro trimestre do ano passado. Os números já foram adiantados no mês passado, em caráter preliminar e não auditado.