postado em 04/11/2008 19:22
Os preços do petróleo dispararam nesta terça-feira (3/11) em Nova York, sustentados pela determinação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de aplicar a redução da producão anunciada em outubro e por uma queda do dólar, no mesmo dia em que os americanos vão às urnas para escolher seu novo presidente.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação do "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em dezembro terminou cotado a US$ 70,53, uma considerável alta de US$ 6,62, recuperando 10,36% de seu valor em apenas uma sessão.
Em Londres, o barril do tipo Brent do mar do Norte com vencimento semelhante ganhou US$ 5,96, encerrando negociado a US$ 66,44.
Produção reduzida
Após perder quase US$ 4 na segunda-feira, os preços voltaram a subir, impulsionados pelo "anúncio de que os Emirados Árabes Unidos haviam reduzido sua produção em 200 mil barris diários", explicou Mike Fitzpatrick, da MF Global.
A Argélia, por sua vez, reduziu sua produção de cru em 7 mil barris diários (b/d), seguindo a recente decisão da Opep de reduzir em 1,5 milhão b/d o total de sua produção.
O cartel havia decidido reduzir sua produção petroleira a partir de 1º de novembro para conter a queda dos preços do petróleo, que perderam mais da metade de seu valor desde o recorde alcançado em julho (US$ 147).
"Mais importante, a Arábia Saudita anunciou para as companhias petroleiras que restringirá o volume que poderão exportar este mês", acrescentou Fitzpatrick.
Vários analistas duvidaram de que alguns países membros da Opep aplicassem de fato a decisão do cartel, correndo o risco de ver uma redução de seus lucros e provocar a ira dos consumidores.
'Caça natural'
Por outro lado, segundo o analista da MF Global, os preços também se beneficiaram de uma "caça de ofertas natural", depois que o barril caiu abaixo dos US$ 60.
Sustentando o movimento de recuperação, o dólar caiu em relação ao euro, a US$ 1,30. Esta queda torna mais atraentes as matérias-primas cotadas em dólar, como o petróleo, alimentando a demanda.
A moeda americana foi afetada pelas fortes altas nas Bolsas mundiais.