Economia

Cinco maiores bancos detêm agora 75% dos depósitos do país

;

postado em 05/11/2008 08:53
Após a fusão entre Itaú e Unibanco, os cinco maiores bancos do país, de um total de 98, passarão a responder por 75% dos depósitos feitos em contas correntes, cadernetas de poupança e Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Se considerados os dez maiores, a proporção sobe para 88%. Por outro lado, antes das uniões entre Itaú e Unibanco e Santander e ABN Real, ocorrida no ano passado, essa relação estava em 65%. Os dados se referem às demonstrações financeiras fechadas pelos bancos em junho, já que nem todas as instituições finalizaram seus balanços no terceiro trimestre. A operação que resultou na criação da maior instituição financeira do Brasil foi apenas mais uma etapa do processo de concentração que vem sendo observado no setor bancário nos últimos anos. Em 1995, existiam 144 bancos operando no país, e as cinco maiores instituições respondiam por 64% dos depósitos bancários. Dos dez maiores bancos da época, cinco foram comprados por seus concorrentes. O Santander, por exemplo, ficou com o privatizado Banespa em 2000 e levou o ABN Real no ano passado depois da união de suas matrizes no exterior. Banerj, Credireal, BCN e BankBoston são exemplos de bancos médios que, ao longo dos últimos 13 anos, foram absorvidos por outras instituições. Se consideradas as operações de crédito, a concentração é um pouco menor do que no caso dos depósitos, devido à existência de várias financeiras de menor porte que atuam em segmentos específicos, como financiamento de veículos e empréstimos consignados. Em 1995, os cinco maiores bancos tinham sob sua responsabilidade 57% dos empréstimos concedidos pelo sistema financeiro. Neste ano, a proporção havia subido para 63%. Outra indicador usado para medir a concentração do setor bancário é a distribuição dos ativos totais dos bancos --que incluem todas as aplicações feitas pelas instituições, como carteiras de crédito, investimentos em títulos públicos, imóveis, entre outros itens. Entre 1995 e 2008, a parcela dos ativos bancários nas mãos dos cinco maiores passou de 56% para 72%. Por um lado, a menor quantidade de bancos causa uma redução na concorrência do setor. Há quem defenda, porém, que as fusões ajudem a aumentar a eficiência do setor. Em tese, a união de duas ou mais instituições financeiras resulta em redução em gastos. Com custos menores, esses bancos conseguiriam cobrar juros e tarifas menores de seus clientes.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação