Economia

BB terá crédito de R$ 1 bi para financiar compra de títulos da agricultura

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postado em 05/11/2008 19:22
O ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) anunciou nesta quarta-feira a criação de uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para financiamento dos produtores rurais. O dinheiro será usado para financiar as Cédulas do Produtor Rural (CPRs). A operação da linha será feita pelo Banco do Brasil. Segundo o ministro, esse dinheiro sairá dos R$ 2,5 bilhões a mais que serão gerados com uma mudança anunciada na semana passadas nas regras da poupança rural. O governo aumentou o direcionamento obrigatório da poupança rural para crédito agrícola de 65% para 70% dos depósitos. "É para dar condições para que o produtor rural, através da sua mercadoria, ou quem já tem uma CPR, poder se financiar com esses recursos. O Banco do Brasil é que vai oferecer essa linha", afirmou. Uma segunda medida anunciada pelo ministro, após reunião no Ministério da Fazenda, é a criação de uma linha de crédito para ajudar na renegociação de dívidas rurais. Segundo Stephanes, há falta de recursos, principalmente no Centro-Oeste, para o pagamento de dívidas de investimentos. "Poderá haver linhas de financiamento para os próprios bancos credores, principalmente aqueles que venderam tratores e colheitadeiras", afirmou. O ministro não deu detalhes sobre a linha, mas afirmou estar descartada uma nova prorrogação dos prazos de pagamento, assunto que já foi discutido no Congresso. Mais R$ 4 bilhões O governo também estuda dar garantias de preços mínimos para o período da colheita e da comercialização da próxima safra. Já há no Orçamento recursos em torno de R$ 4 bilhões para comercialização da produção. Além disso, o governo pode aproveitar para recompor estoques e, assim, evitar uma queda maior nos preços. "Se for o caso, vamos aproveitar para recompor os estoques, já que o governo tem estoques muito pequenos nesse momento." O ministro também discutiu hoje a falta de crédito para financiamento às exportações de soja e algodão por meio de Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACCs). O governo já realizou dois leilões de dólares destinados ao comércio exterior. Dos US$ 4 bilhões já ofertados, foram aceitas propostas para liberação de cerca de US$ 3 bilhões. Nessa modalidade de leilão, os bancos comerciais têm de apresentar ao Banco Central contratos de empréstimos para os exportadores, o que serve como garantia de direcionamento do dinheiro. "Vamos fazer uma reunião na próxima terça-feira com as "tradings´, com os principais representantes dos produtores de algodão, de soja, das cooperativas e também de alguns grandes bancos, para saber efetivamente qual é o problema", afirmou o ministro.

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