Jornal Correio Braziliense

Economia

Nossa Caixa também vai financiar montadoras, afirma Serra

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A Nossa Caixa vai abrir uma linha de crédito para financiamento da venda de veículos, caminhões e tratores. Esse dinheiro vai reforçar uma ação do Banco do Brasil, já anunciada, para minimizar o impacto da crise de crédito sobre o setor automotivo. A medida foi antecipada hoje pelo governador de São Paulo, José Serra, após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Será uma linha de crédito para os bancos das montadoras. O governador não informou os valores, que serão divulgados somente na próxima terça-feira. Disse apenas que serão "substanciais". "Nós estamos tendo problemas sérios de vendas devido à quebra no fluxo de crédito. Estamos trabalhando no sentido de reativar isso. O Banco do Brasil, segundo me disse o ministro, vai abrir uma linha de financiamento, e a Nossa Caixa também vai abrir", afirmou Serra. O governador, que negocia a venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil, disse que o assunto já havia sido discutido na semana passada com o presidente Lula e representantes das montadoras durante o Salão do Automóvel de São Paulo. Ele negou que seja uma ação conjunta dos dois bancos, mas afirmou que na questão das montadoras, os dois governos estão "afinados". "Se você somar a do Banco do Brasil e a da Nossa Caixa, eu acho que vai ser um belo alívio (para o setor)", afirmou. Ontem, já havia sido anunciada uma linha de crédito para compra de 6 mil tratores para pequenas e médias propriedades, com renda de até R$ 400 mil ao ano. Pelo acordo com as montadoras é que o preço dos tratores vai ser reduzido em torno de 20%. E será dado um crédito de cinco anos, com três de carência. O agricultor pagará o empréstimo somente nos dois últimos anos, com juro zero. O Tesouro paulista vai cobrir o custo dos juros, da ordem de R$ 100 milhões. Fusão Serra disse que a venda do banco paulista não foi discutida durante a reunião com Mantega. O governador afirmou que a medida provisória que autoriza Caixa e BB a comprarem outros bancos pode agilizar o negócio, já que há agora a possibilidade de uma venda direta da instituição. "(A MP) abre também uma possibilidade mais rápida a respeito de venda", declarou o governador de São Paulo.