Jornal Correio Braziliense

Economia

Investidores ignoram baixas de juros e bolsas européias despencam

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As bolsas européias despencaram nesta quinta-feira (6/11) a despeito do corte das taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra, com os investidores temerosos quanto às perspectivas da economia mundial. A Bolsa de Frankfurt despencou nesta quinta-feira ao fim da sessão, com seu índice DAX caindo 6,84% a 4.813,57 pontos. O FTSE-100 de Londres também perdeu 5,70%, a 4.272,41 pontos. O CAC 40 de Paris também teve forte queda de 6,38%. Já o índice Ibex-35, da Bolsa de Madri, caiu 6,27%, para 9.133,90 pontos. Exceto por alguma volatilidade após a redução das taxas de juros pelo Banco da Inglaterra, BCE e Banco Central da Suíça, os índices das bolsas européias estiveram mais ou menos no nível que estavam anteriormente às divulgações. Em geral, reduções das taxas de juros estimulam os mercados, o que não ocorreu nesta quinta-feira. O BCE decidiu nesta quinta-feira reduzir a taxa básica de juros na zona do euro em 0,5 ponto percentual, para 3,25% ao ano, a fim de impulsionar o crescimento econômico e de acordo com o previsto pelos mercados financeiros. Em entrevista coletiva, após a reunião do Conselho de governo do BCE, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse que foi discutida uma redução de 0,5 ponto percentual e 0,75 ponto percentual, e que finalmente foi decidido por unanimidade um corte da taxa básica de juros em 0,5 ponto. Trichet destacou que a notável redução das pressões inflacionárias permitiu ao BCE diminuir a taxa de juros duas vezes em um mês, após a redução coordenada, também de 0,5 ponto, com outros bancos centrais líderes, em 8 de outubro. O Banco da Inglaterra (o banco central inglês) também cortou os juros no país em 1,5 ponto percentual, para 3% ao ano. Apesar de negar uma ação coordenada, o Banco Nacional da Suíça (SNB, banco central do país) também anunciou redução na margem para a meta da taxa Libor de três meses em 0,50 ponto percentual, para 1,5% a 2,5%. Movimento conjunto Há um movimento em curso dos BCs em torno da taxa de juros, na tentativa de impulsionar suas economias. Na última quinta-feira (30/10), o Banco Central da Noruega reduziu a taxa básica de juros, pela segunda vez em duas semanas, em meio ponto percentual, a 4,75%. Na véspera, o Banco do Povo da China (banco central daquele país) também adotou a redução da taxa de juros de depósitos e empréstimos. A taxa de juros de empréstimos em yuans de um ano ficou em 6,66%, contra a taxa anterior de 6,93%. Os juros de depósitos em yuans de um ano ficaram em 3,60%, contra os 3,87% anteriores. Também na quarta-feira (29;10), o Federal Reserve (Fed, o BC americano) reduziu sua taxa de juros para 1% ao ano, nível visto pela última vez em maio de 2004. O banco já havia reduzido no último dia 8 de 2% para 1,5%, em uma medida emergencial, em coordenação com outros BCs, para conter o avanço da crise financeira. Na Ásia, as Bolsas de Valores também fecharam em forte baixa nesta quinta-feira, puxadas pelo movimento de venda após os ganhos registrados ontem. Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 6,5%. Na Austrália, a queda foi de 4,22%. A Coréia do Sul afundou 7,56%. Na China, a retração foi de 2,44%.