postado em 07/11/2008 18:33
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) conseguiu encerrar esta semana em terreno positivo, pegando carona no bom desempenho das bolsas mundiais. Em um pregão bastante esvaziado, as ações da Petrobras responderam por quase um quarto dos negócios e lideraram a recuperação. Na semana, a Bolsa acumulou perda de 1,6%. E no 2008, o mercado acionário amarga retração de 42,6%.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, valorizou 0,83% no fechamento e atingiu os 36.665 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,52 bilhões, muito abaixo da média de outubro (R$ 5,3 bilhões/dia) e do ano (R$ 5,8 bilhões/dia).
As ações da Petrobras, com movimento de R$ 659 milhões, valorizou 1,57%. Outro papel bastante influente da Bolsa, a ação da Vale girou R$ 547 milhões e recuou 2,01%.
O dólar comercial foi negociado a R$ 2,160 na venda, em um declínio de 2,04%. A taxa de risco-país marca 442 pontos, número 2,85% abaixo da pontuação anterior.
O Banco Central ofereceu para os agentes financeiros um lote de 20 mil contratos de "swap" cambial, que protegem contra a oscilação do dólar e tendem a reduzir as pressões sobre os preços da moeda americana. Os bancos tomaram a oferta na íntegra, num montante de US$ 987,4 milhões. "É claro que não dá para dizer que a crise acabou, mas parece que já vemos um pouco onde estamos pisando", afirma Luiz Fernando Moreira, operador da mesa de câmbio da corretora Dascam, sintetizando um opinião razoavelmente generalizada no mercado financeiro.
As bolsas européias concluíram os negócios com ações em alta, a exemplo de Londres (2,68%) e Frankfurt (2,59%). Nos EUA, a mundialmente influente Bolsa de Nova York valoriza 1,19%. Segundo o Departamento de Trabalho americano, houve a destruição de 240 mil postos de trabalho no mês de outubro, marcando o décimo mês consecutivo de fechamento de vagas no país. Analistas de bancos e corretoras estimavam números entre 180 mil e 210 mil.
Duas gigantes do setor automobilístico americano reportaram hoje prejuízos bilionários no trimestre, porém abaixo das perdas verificadas há um ano. A fabricante americana de automóveis Ford Motors comunicou um prejuízo líquido de US$ 129 milhões no terceiro trimestre deste ano, ante perdas de US$ 389 milhões em idêntico período em 2007. E horas depois, a General Motors anunciou prejuízo de US$ 2,5 bilhões no trimestre. No ano passado, a empresa havia reportado perdas históricas de US$ 39 bilhões.
No front doméstico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a subir, depois de quatro meses em desaceleração. Em outubro, o índice teve alta de 0,45%, acelerando frente aos 0,26% verificados em setembro, em linha com as expectativas do mercado financeiro.