Economia

Nova avaliação da ANP indica que Bacia de Campos possui mais reservas que o esperado

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postado em 08/11/2008 09:20
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, afirmou nesta sexta-feira (08/11) que a agência projeta um volume de reservas entre 50 bilhões e 80 bilhões de barris nas áreas já concedidas da camada pré-sal na Bacia de Campos (RJ). Até o momento, a Petrobras confirmou a existência de no máximo 12 bilhões de barris nos projetos Tupi e Iara. Outras seis descobertas da região ainda serão avaliadas pela estatal. Lima afirmou que a agência fez sua projeção com base em dados geológicos e análises de especialistas sobre a região. ;Havia previsão de um mínimo de 12 bilhões e de no máximo 70 bilhões de barris. Hoje, esperamos que o mínimo gire em torno de 50 bilhões e o máximo, entre 70 e 80 bilhões. Então há uma previsão de ficar entre 50 bilhões e 70 bilhões de barris;, afirmou Lima em entrevista no Rio de Janeiro após a posse de Magda Chambriard e Allan Karde Duailibe Filho como diretores da ANP. ;Não sabemos quais as conseqüências para o Brasil. É uma mudança tão profunda que não só modifica o panorama da geopolítica mundial como coloca o Brasil em grandes condições de desenvolver uma indústria fornecedora (para o setor de petróleo);, comentou Haroldo Lima. 500 poços Segundo o diretor-geral da ANP, a agência fez algumas simulações tomando como base o campo de Marlim, maior produtor nacional de petróleo, e chegou à projeção de que serão necessários mais ou menos 500 poços para desenvolver as reservas do pré-sal. ;Isso daria cinco mil quilômetros de poços com aço especial. Poderíamos trabalhar com a idéia de deixar de ser um grande exportador de minério para passarmos a ser grande produtor de aço para abastecimento do mercado interno. Isso implicaria termos grandes investimentos em siderurgia;, disse Lima. Ele lembrou que suas projeções foram feitas sobre a área já concedida do chamado cluster de Santos, onde apenas 43% da área está sendo explorada por petroleiros. O restante ainda depende da nova regulamentação do pré-sal. Lima avalia que a queda do preço do petróleo não inviabiliza os investimentos no setor, que são planejados levando em conta preços de longo prazo. ;O plano do pré-sal é estratégico, não pode ser menos de 10 anos. E por isso não sofre tanto com os efeitos da crise;, disse, voltando a calcular em US$ 35 a US$ 40 o preço do barril que viabiliza a exploração do pré-sal. Mercados em alta O indicador mais aguardado do dia, o relatório do mercado de trabalho norte-americano em outubro, revelou que a taxa de desemprego subiu ao maior nível em 14 anos, mas foi insuficiente para atrapalhar a disposição de compras dos investidores em renda variável. As bolsas fecharam em alta na Ásia, Europa, EUA e também no Brasil. Alguns dados corporativos também agradaram. A Bovespa terminou a sexta-feira em alta de 0,83%, aos 36.665,11 pontos. Esse desempenho não foi suficiente para garantir ganhos na primeira semana de novembro, que acabou registrando perdas de 1,59% (mesmo porcentual do mês, por ser o mesmo período). No ano, o Ibovespa acumula queda de 42,61%. Às 18h15, o Dow Jones, em Nova York, fechou em alta de 1,77% . O dólar, após subir 4,31% nas duas sessões anteriores, terminou em queda de 2,04%, cotado a R$ 2,156. Na próxima semana, os trabalhos no mercado brasileiro começam com a expectativa do balanço da Petrobras, na terça-feira, para o qual são esperados números fortes. Ontem, as ações da estatal tiveram desempenho firme, ajudando a sustentar os ganhos do Ibovespa. Além do balanço, a alta do petróleo no mercado externo ( 0,44% com cotação a US$ 61,04 o barril) e a projeção do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, de um volume de reservas entre 50 bilhões e 70 bilhões de barris nas áreas já concedidas do pré-sal na Bacia de Campos (RJ) pesaram a favor. Petrobras ON subiu 1,58% e PN, 1,57%. A Vale fechou em baixa, de 3,09%. Os cortes de produção nas siderúrgicas e a demanda menor esperada com a desaceleração externa e interna justificam o desempenho.

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