Economia

Países em desenvolvimento querem novas medidas contra crise econômica

;

postado em 08/11/2008 12:42
Representantes dos governos de países emergentes pedirão a nações desenvolvidas novas medidas para o combate à crise econômica internacional. Reunidos em São Paulo, os ministros da Fazenda do grupo conhecido como Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) e do México acordaram ontem (7) exigir outras atitudes dos países ricos contra a turbulência financeira durante as reuniões do G20, que serão realizadas neste fim de semana. ;Nós [os ministros dos países emergentes] consideramos que há necessidade de que os países avançados tomem medidas adicionais para restabelecer o crédito e a confiança dos mercados;, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista coletiva depois das reuniões com ministros dos principais países em desenvolvimento. Segundo ele, as atitudes tomadas pelos governos norte-americano e europeu foram ;corretas; e ;profundas;. Entretanto, nem todas foram postas em prática e, as que foram são insuficientes. ;Se persistir a falta de crédito e os juros elevados nos países desenvolvidos, teremos uma retração da produção em escala mundial;, alertou Mantega. O ministro disse que os países em desenvolvimento pedirão aos governos das nações ricas que tirem do mercado os chamados ;títulos tóxicos;, que estão minando a confiança do sistema financeiro; ampliem o volume de crédito destinado aos países emergentes; e também aumentem os investimentos estatais para evitar que o setor produtivo seja contaminado pela crise. Segundo Mantega, apesar de os problemas na economia mundial não terem sido causados pelos emergentes, eles também estão sendo prejudicados. Ele explicou que os países em desenvolvimento sofrem atualmente com a redução do crédito, do comércio internacional e também com a fuga de investimentos estrangeiro. ;Os fundos de investimento estão tirando o dinheiro dessas economias [emergentes] para cobrir os prejuízos que tiveram em economias avançadas. Também ocorre uma fuga para a 'qualidade', ou seja, uma fuga do risco que poderia estar no investimento em países emergentes;, disse. De acordo com o ministro, os países em desenvolvimento também estão sendo prejudicados pela queda no preços das commodities, como petróleo e produtos agrícolas, uma vez que as economias de alguns deles são impulsionadas pela exportação desses produtos. ;A Rússia, por exemplo, depende muito petróleo, cujo preço vem caindo fortemente.; Mantega ainda ratificou a proposta aprovada ontem por líderes da União Européia, na qual eles estabeleceram um prazo de 100 dias para a solução dos problemas mais urgentes da crise. ;Quanto antes, melhor;, avaliou. O ministro afirmou, entretanto, que todas as sugestões de medidas pontuais são necessárias para o combate à crise atual, especificamente. Já para que sejam evitados novos problemas, Mantega disse ser necessária um novo sistema financeiro, e que o assunto também fará parte da pauta das reuniões do G20. Participarão dos encontros ministros e presidentes dos bancos centrais dos oito países do G8 (Estados Unidos, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália e Rússia), mais África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coréia do Sul, Índia, Indonésia, México e Turquia.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação