Economia

Lula defende mais participação dos países emergentes nas decisões multilaterais

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postado em 08/11/2008 14:18
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje (8), na reunião do G20, diante de representantes de economias desenvolvidas e emergentes, o redesenho do sistema financeiro internacional, com maior participação dos países emergentes nas instâncias decisórias multilaterais. É hora de um pacto entre governos para a criação de uma nova arquitetura financeira mundial, capaz de promover segurança e desenvolvimento em bases eqüitativas para todos. O apelo foi feito a ministros da área econômica, presidentes de bancos centrais de outros 18 países e da União Européia e aos dirigentes do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Ontem (7), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia adiantado que o tema estaria em discussão na abertura do encontro. Para o presidente, os países emergentes, responsáveis por 75% do crescimento mundial, têm direito de participar de igual para igual nesse processo. A mesma demanda foi apresentada por Lula em praticamente todas as cúpulas multilaterais das quais o Brasil participa. Ele pediu mais voz para os países emergentes e em desenvolvimento nas instâncias decisórias multilaterais, como o FMI e o G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália). Temos de trazer para a esfera pública decisões antes tomadas por supostos especialistas, mas que só serviam a interesses privados. É amplamente reconhecido que o G7 sozinho não tem mais condições de conduzir os assuntos econômicos do mundo. A contribuição dos países emergentes é também essencial, ressaltou As instituições financeiras globais devem se adequar nova realidade econômica. Devem abrir-se maior participação dos países emergentes e em desenvolvimento. Lula também destacou a importância da boa governança nos mercados domésticos no processo de redefinição do sistema financeiro internacional. Neste sentido, ele defendeu o aperfeiçoamento de mecanismos de regulação, supervisão, governança corporativa e de avaliação de riscos. Nestas atividades, o Estado deve buscar o equilíbrio entre a eficiência dos mercados financeiros, a estabilidade de todos os mercados e a promoção do desenvolvimento econômico, aconselhou. O presidente disse, ainda, que são necessárias ações preventivas para evitar novas crises financeiras. As políticas nacionais e as instituições financeiras internacionais devem incorporar o sentido de prevenção de crises financeiras em suas políticas e mecanismos de supervisão e acompanhamento dos mercados. Até amanhã (9), os ministros de área econômica e os presidentes dos bancos centrais do G20 analisarão as causas da atual crise financeira, as medidas adotadas até agora e as ações necessárias para minimizar impactos e evitar crises futuras. Eles criarão grupos de trabalho para tentar consolidar propostas que serão discutidas na primeira reunião de chefes de Estado do grupo, no próximo dia 15, em Washington. Participarão desta reunião os oito países do G8 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia), África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coréia do Sul, Índia, Indonésia, México, Turquia e União Européia. Juntos, os países-membro representam cerca de 90% do produto nacional bruto mundial, 80% do comércio internacional e cerca de dois terços da população do planeta.

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