Economia

Durante reunião do G-20, Lula chama países ricos de 'irresponsáveis'

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postado em 08/11/2008 16:15
Diante de ministros da área econômica e presidentes de bancos centrais de 18 países e da União Européia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou nesta sábado (8/11) os países ricos de irresponsáveis, na abertura da reunião do G-20, o grupo das maiores economias mundiais. Lula disse que não é justo que o resto do mundo pague pelas inconseqüências dos mercados financeiros e foi categórico: quem deve tomar medidas para evitar maiores conseqüências da crise financeira global são as nações desenvolvidas. ;É hora de uma ação coordenada. Mas o exemplo deve partir dos países ricos. É deles que se espera a adoção das principais medidas nesse sentido.; O presidente enfatizou que a crise nasceu nas economias avançadas, em conseqüência da ;crença cega; na capacidade de auto-regulação dos mercados e pela falta de controle sobre as atividades dos agentes financeiros. ;Por muitos anos, especuladores tiveram lucros excessivos, investindo o dinheiro que não tinham em negócios mirabolantes. Todos estamos pagando por essa aventura;, afirmou. Lula criticou a postura dos países ricos em vários momentos. ;A desordem que se instaurou nas finanças mundiais, nos últimos anos, ameaça o funcionamento da economia real. O preço a pagar por essa irresponsabilidade se pode medir de várias formas. Para nós, o que importa é a ameaça de uma recessão generalizada e, na sua esteira, a perda de milhões e milhões de empregos, o aumento da pobreza e da exclusão.; Em outro ponto do discurso, ele voltou a pedir que os ricos assumam as conseqüências de suas práticas de livre mercado. ;As políticas de cada país não podem transferir riscos e custos a outros países. Cada país deve assumir suas responsabilidades;, ressaltou. Para Lula, cabe aos países ricos adotar medidas de liquidez para trazer liquidez aos mercados internacionais. ;Os países desenvolvidos e instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) devem adotar medidas para restaurar a liquidez nos mercados internacionais.; O diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, estava entre os ouvintes.

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