Economia

EUA apóiam reforma financeira internacional

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postado em 09/11/2008 21:15
O subsecretário de assuntos internacionais do Tesouro norte-americano, David McCormick, afirmou hoje que os Estados Unidos apóiam a adoção de reformas que definirão a nova arquitetura financeira internacional. McCormick adiantou que a reunião dos chefes de Estado do G-20, que ocorrerá na próxima sexta-feira e sábado em Washington, deverá ser um encontro bem-sucedido que debaterá propostas relativas ao tema. "Há muito trabalho para ser feito em várias áreas, como transparência, melhoras na gestão de controle de riscos e a adoção de regras mais convergentes (entre os países)", comentou. "O importante é que seja desenhado um road map de reformas, que serão importantes para que isso não ocorra novamente", afirmou, referindo-se ao credit crunch global surgido com o agravamento da crise financeira internacional. Segundo McCormick, Washington reconhece que grande parte da crise que está ocorrendo nos mercados financeiros mundiais está vinculada a "desafios relacionados aos EUA". Para muitas autoridades governamentais, entre elas o ministro da Fazenda Guido Mantega, uma parcela expressiva das dificuldades de crédito da economia global não foi sanada porque o governo norte-americano e países europeus ainda não separaram das instituições financeiras quais são os "ativos tóxicos" dos bons ativos. Embora tenha ressaltado que os EUA defendem a implementação de uma reforma da ordem financeira internacional, pois esta é uma demanda do povo norte-americano, o subsecretário do Tesouro não quis esmiuçar qual é o grau de apoio da Casa Branca à formação da nova arquitetura financeira global. McCormick não detalhou como seu governo avalia quais devem ser as mudanças que deveriam ocorrer com o FMI e Banco Mundial, entidades cujas sedes estão localizadas em Washington. "O FMI já exerce um papel de supervisão (financeira). Compete à instituição determinar como deve alocar da maneira mais adequada seus recursos e pessoal para atender estes desafios", frisou. Para o subsecretário do Tesouro, o FMI está em meio a um processo de reavaliação de sua estratégia mundial. "Uma das funções do FMI é de análise e de atuação em defesa da estabilidade macroeconômica (de países). O papel da supervisão que o FMI exerce (agora) é mais importante do que nunca. O FMI tem um papel muito robusto para o sistema internacional, em termos de enfrentar muitos dos desafios que o mundo tem hoje. O papel do FMI será inevitavelmente atualizado", destacou. McCormick destacou que os EUA também são favoráveis à maior participação dos países emergentes nas decisões relativas às reformas financeiras internacionais, um pleito defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a concordância da França, como foi manifestado hoje pela ministra da economia, indústria e trabalho do país, Christine Lagarde. "Ouvi a proposta de maior participação do G-20, que tem um papel muito importante, pois representa uma grande parcela da economia mundial", frisou. Segundo ele, a reunião que ocorrerá na próxima semana na capital dos EUA é uma manifestação do compromisso do seu país de enfrentar os "desafios dos mercados financeiros globais." Para McCormick, o encontro será uma oportunidade importante para definir a cooperação de muitos agentes reguladores do setor financeiro. "Os líderes dos países (do G-20) provavelmente discutirão as medidas já adotadas e que serão implementadas para atacar a crise de forma individual e coletiva", afirmou. O subsecretário, contudo, destacou que a crise financeira internacional é abordada pelos países membros do G-20 de formas particulares, pois eles estão em estágios diferentes entre si para atacar os efeitos da crise do crédito sobre suas economias. Ele destacou que os EUA implementaram já no início do ano um pacote fiscal de US$ 150 bilhões, o que está colaborando para estimular o nível de atividade doméstica no terceiro e quarto trimestres deste ano. "Outros países também estão adotando pacotes de estímulo (econômico) para fortalecer cada um deles. E certamente são bem-vindos os passos adotados pela China", afirmou, ao se referir aos mais de US$ 500 bilhões que o governo de Pequim anunciou hoje para estimular o crescimento do país, com investimentos em várias áreas, sobretudo em projetos de infra-estrutura, como rodovias.

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