postado em 10/11/2008 08:25
Os taxistas do Distrito Federal farão, nesta segunda-feira (10/11), um protesto contra as condições de trabalho nas empresas de rádio-táxi. São muitas as reclamações, mas a principal é a ;obrigação;, segundo eles, de o motorista pagar, em novembro e dezembro, o valor correspondente ao 13º salário para as atendentes. ;O governo determinou que em dezembro a corrida seja feita com bandeira dois, como se fosse o 13º do taxista. Mas as empresas de rádio-táxi querem pegar parte desse valor para pagar o 13º de seus funcionários;, afirma um taxista, que pediu para não ser identificado. Quem se recusa a pagar é excluído da empresa, afirma. ;Eu paguei várias vezes. Mas quando resolvi expor o problema, me expulsaram;, conta.
Os taxistas sairão do Cine Brasília (106 Sul) às 9h e seguirão rumo à Esplanada dos Ministérios, farão um protesto em frente ao Ministério da Justiça e, depois, seguirão para o Palácio do Buriti. ;Vamos engarrafar o trânsito;, avisa Sandro Pereira, conhecido como Sandrão, presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Rádio-Táxi e dos Taxistas Locatários do Distrito Federal (Sintala-DF). Eles tentarão ser recebidos pelo governador, José Roberto Arruda, para pedir a licitação de novas licenças de táxi. ;Está insustentável. Só de diária, temos que pagar R$ 3 mil por mês para exercer a profissão;, reclama.
Pereira representa a parcela de taxistas que não tem a permissão expedida pelo Governo do Distrito Federal para trabalhar e são conhecidos como locatários ou motoristas auxiliares. De acordo com a Lei Distrital nº 4.056 de 2007, que regulamenta o exercício da profissão e o uso das permissões, cada autorização de trabalho está ligada a um veículo e é possível designar um motorista extra no cadastro.
Quinzena
Quem depende de direcionamento de clientes pelas empresas de rádio-táxi também protesta. ;As empresas não emitem nota fiscal de prestação de serviço e elevam o valor da quinzena sucessivamente. Agora, elas querem aumentar de R$ 185 para R$ 250;, afirma Pereira. O sindicato também entregará um documento ao procurador-geral do Distrito Federal, requerendo investigações das empresas de rádio-táxi e do órgão gestor das placas.
A maioria das pessoas pensa que todas as empresas de táxi são cooperativas, quando na verdade não são. ;Nas cooperativas e associações, os motoristas são donos da sua cota-parte. Nas empresas de rádio-táxi, não há vínculo empregatício. O taxista paga um valor quinzenal para ter direcionamento de clientes;, explica Paulo Ilha, consultor de empresas de táxi. Segundo ele, as maiores de Brasília são empresas privadas. Dos cerca de 3,4 mil taxistas do DF, 700 prestam serviços para empresas de rádio-táxi e 250 são vinculados a cooperativas. O restante trabalha como autônomo.
Colaborou Letícia Nobre