Economia

Pacote chinês anima investidores e bolsas européias fecham em alta

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postado em 10/11/2008 15:33
As bolsas européias perderam um pouco da força vista pela manhã, mas chegaram ao fim do dia com resultados positivos. O pacote de ajuda de quase US$ 600 bilhões anunciado no fim de semana pelo governo da China animou os investidores. A expectativa é de que o país continue a consumir commodities como petróleo e ferro em projetos de infra-estrutura. As notícias negativas nos EUA não chegaram a causar retração nos negócios hoje. A Bolsa de Londres fechou em alta de 0,89% no índice FTSE 100, ficando com 4.403,92 pontos; a Bolsa de Paris subiu 1,06% no índice CAC 40, fechando com 3.505,75 pontos; a Bolsa de Frankfurt subiu 1,76% no índice DAX, para 5.025,53 pontos; a Bolsa de Milão avançou 0,76% no índice MIBTel, ficando com 17.072 pontos; a Bolsa de Zurique teve alta de 1,37%, encerrando o dia com 6.090,62 pontos no índice Swiss Market; e a Bolsa de Amsterdã teve alta de 0,53% no índice AEX General, indo para 267,13 pontos. O governo chinês anunciou no final de semana um programa de estímulo à economia de US$ 586 bilhões, para ser aplicado até 2010. Os investimentos devem ser concentrados em bem-estar social e infra-estrutura. Economistas de bancos e corretoras vêem chances de que o dinheiro chinês, somado às iniciativas governamentais já anunciadas, tragam perspectivas um pouco mais favoráveis para uma economia global à beira de uma recessão. A medida conseguiu ofuscar dados negativos vindos dos EUA: a seguradora AIG teve um prejuízo de US$ 24,5 bilhões no trimestre passado; a gigante hipotecária dos EUA Fannie Mae, reportou um prejuízo de US$ 29 bilhões no mesmo período; a Circuit City - segunda maior cadeia americana de lojas de produtos eletrônicos - pediu hoje proteção sob o chamado "Capítulo 11" da lei de falências dos Estados Unidos; e a alemã Deutsche Post anunciou nesta segunda-feira que eliminará 9.500 postos de trabalho ao encerrar as atividades de correio privado expresso (DHL) nos Estados Unidos. Preocupação As razões para preocupação permanecem nos EUA. O dado negativo mais recente foi o de sexta-feira (7): foram fechados 240 mil postos de trabalho no país em outubro. O desemprego, por sua vez, chegou a 6,5%, contra 6,1% em setembro. Trata-se da pior taxa desde fevereiro de 1994, quando ficou em 6,6%. A economia americana teve uma contração de 0,3% no PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre, sinalizando uma recessão (definida como dois trimestres consecutivos de índice negativo do PIB). A AIG, no entanto, se beneficiou com uma reestruturação da ajuda que o governo havia anunciado antes. De US$ 85 bilhões do Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciados em setembro, a empresa agora deverá receber do Fed e do Departamento do Tesouro US$ 150 bilhões, em condições facilitadas. Empresas e juros Na Europa, as ações das mineradoras BHP Billiton e Rio Tinto, além das da siderúrgica ArcelorMittal, subiram mais de 7%. Já as da petrolífera britânica tiveram ganho de 2,5%. O setor de commodities se beneficiou com a alta dos preços do cobre e do petróleo - o barril chegou a ser negociado a US$ 65 hoje em Nova York, tendo recuado depois para US$ 60, no entanto. Os juros interbancários continuam a cair, depois de meses de ações conjuntas de bancos centrais no mundo todo, seja com cortes de juros, seja com injeções maciças de capital no setor bancário. A taxa Libor (juro interbancário no mercado internacional, para empréstimos de três meses em dólares e libras entre bancos) caiu para 2,24%, segundo a BBA (Associação Britânica de Banqueiros, na sigla em inglês). Com juros menores entre os bancos, a expectativa de analistas e governos é que os empréstimos voltem a ocorrer em níveis mais próximos do período pré-crise. Isso reativaria a economia mundial, que segue em ritmo declinante desde o ano passado, com os problemas no mercado de hipotecas de risco nos EUA.

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