Economia

Goldman Sachs: perdas globais com crise pode chegar a US$ 1,4 trilhão

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postado em 10/11/2008 16:23
As perdas no mundo todo causadas pela crise financeira global devem chegar a um total de US$ 1,4 trilhão, dos quais apenas US$ 800 bilhões já teriam sido contabilizadas, disse nesta segunda-feira o economista-chefe do banco americano Goldman Sachs, Jan Hatzius. Segundo ele, tanto as empresas financeiras como a economia em geral deverão sofrer com as perdas que ainda irão ser apuradas. Hatzius avalia ainda que novos estímulos fiscais serão necessários para evitar que o declínio seja ainda mais acentuado. "(A crise) pede uma um grande estímulo à economia", disse. O valor estimado da perda é o mesmo que foi anunciado no início do mês passado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). O Fundo defendeu intervenções "decisivas" e "rápidas" nos mercados para restabelecer a confiança no sistema financeiro. O organismo estimou ainda que os principais bancos americanos e europeus precisarão captar US$ 675 bilhões em capital novo nos próximos anos para fortalecer suas reservas e permitir um crescimento modesto do crédito. Na segunda quinzena de setembro, a estimativa do FMI para as perdas com a crise estava em US$ 1,3 trilhão, revisando para cima a estimativa divulgada em um relatório de abril deste ano - bem antes, portanto, da nova onda da crise, ocorrida em setembro com a quebra do Lehman Brothers. À época, o Fundo tinha calculado que o rombo não chegaria a US$ 1 trilhão. Outras vítimas de peso das perdas com a crise, além do Lehman Brothers, foram a seguradora American International Group (AIG) e a gigante do setor hipotecário Fannie Mae: a primeira teve um prejuízo de US$ 24,5 bilhões no trimestre passado, enquanto a segunda teve um prejuízo de US$ 29 bilhões no mesmo período. Outras empresas que ou quebraram ou tiveram seus resultados afetados de forma expressiva foram: Bear Stearns, Freddie Mac, Countrywide Financial, Merrill Lynch, Morgan Stanley, Washington Mutual, Wachovia e o próprio Goldman Sachs. Empregos nos EUA Na sexta-feira (7), Hatzius apontou para o recente "acúmulo de provas de que a demanda doméstica e a produção nos EUA continuam a cair acentuadamente". No mesmo dia, o governo americano havia anunciado o fechamento de 240 mil postos de trabalho no país em outubro --um reflexo da retração de 0,3% na economia dos EUA no terceiro trimestre. Segundo ele, a queda no mercado de trabalho americano "confirma a mensagem que já havia sido sugerida nos dados de setembro".

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