Economia

Ajuda à AIG aumenta críticas a pacote de resgate dos EUA

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postado em 10/11/2008 18:10
O governo dos Estados Unidos elevou nesta segunda-feira (10/11) para US$ 150 bilhões o investimento na seguradora American International Group (AIG), enquanto aumentam as dúvidas sobre o socorro financeiro aprovado há um mês pelo Congresso do país. Com a iniciativa de hoje em relação à AIG, uma só empresa receberá do governo George W. Bush tanto dinheiro quanto o distribuído meses atrás a cerca de 130 milhões de contribuintes através de um programa de estímulo econômico adotado em fevereiro, estimado em aproximadamente US$ 160 bilhões. O Departamento do Tesouro e o Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciaram que empregarão US$ 40 bilhões adicionais para a aquisição de ações preferenciais na AIG, maior seguradora do mundo. O processo de estatização da AIG começou com US$ 85 bilhões em setembro, e subiu para US$ 123 bilhões em outubro. Hoje, o Tesouro disse em comunicado que "as novas medidas estabelecem uma estrutura de capital mais duradoura, resolve aspectos de liquidez, facilita a execução do plano da AIG para a venda de alguns de seus negócios (...), promove a estabilidade do mercado e protege os interesses do Governo e dos contribuintes americanos." A ajuda do governo à AIG no novo plano consiste em um empréstimo de US$ 60 bilhões, investimento de US$ 40 bilhões em ações preferenciais e US$ 50 bilhões em capital, que será usado principalmente para a aquisição de ativos problemáticos, que serão colocados em duas instituições financeiras separadas. Os novos US$ 40 bilhões virão da ajuda financeira que o Congresso aprovou e que o presidente Bush promulgou no início de outubro, e que chega a US$ 700 bilhões. Em meados de outubro, o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, disse que uma parte do montante, US$ 250 bilhões, seria usada para a compra de ações sem voto nos bancos, para que as entidades fortalecessem seu capital e retomassem os empréstimos a pessoas e empresas. Dividendos e compensações O jornal The Washington Post informou na semana passada que os bancos estavam usando mais da metade do dinheiro distribuído até então, aproximadamente US$ 163 bilhões, no pagamento de dividendos a seus acionistas e de compensações a seus executivos. Uma das novidades do novo plano de nacionalização da AIG, anunciado hoje depois que a empresa divulgou perdas de US$ 24,5 bilhões no terceiro trimestre, é que o governo restringirá as compensações por demissões e congelará os bônus aos 70 executivos de mais alta hierarquia da empresa. Quando o auxílio financeiro foi aprovado, as restrições foram ordenadas só para os cinco executivos de mais alta hierarquia nos bancos que sofreram intervenções. Simultaneamente, a imprensa americana informou hoje que o governo Bush, mediante modificações do código tributário, concedeu US$ 140 bilhões adicionais em benefícios fiscais aos bancos. O Washington Post informou hoje que a modificação no código tributário, determinada pelo Departamento do Tesouro em meio à turbulência financeira, passou quase que despercebida pelos legisladores que aprovaram o socorro financeiro de US$ 700 bilhões.

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