postado em 10/11/2008 18:59
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, negou nesta segunda-feira (10/11) que o Brasil está no grupo de nações que poderia flexibilizar a política monetária, sugestão mencionada hoje pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, e no sábado pelo presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
Trichet afirmou hoje que os países "em condições" - perspectiva de inflação em queda, essencialmente - deveriam flexibilizar suas políticas monetárias e implementar medidas fiscais, quando as dívidas estiverem sob controle, para enfrentar a crise global.
"Todos os países devem tomar medidas fiscais conforme suas condições", disse Meirelles. "A política monetária que será seguida está explicitada na ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), publicada na última quinta-feira." Para Meirelles, o principal problema enfrentado pelo Brasil por conta da crise é a da falta de liquidez (crédito), sobre a qual o BC já age.
"O Brasil tem adotado medidas decididas, aproveitando de sua (boa) condição nas reservas internacionais, sua dívida pública, com porcentagem em queda sobre o PIB, e compulsórios elevados, com condições de serem reduzidos", disse Meirelles. "Era uma posição relativamente melhor do que alguns países e certamente melhor que no passado recente." Meirelles afirmou que outros problemas causados pela crise não afetam o Brasil, como perdas bancárias ou grande dependência de exportações a países desenvolvidos.
Sobre a reunião do Banco para Compensações Internacionais (BIS), na sigla em inglês, o banco central dos bancos centrais), Meireles relatou que os presidentes disseram acreditar que a situação de crédito nos mercados melhorou, mas ainda está longe da normalidade. Também houve concenso de que a economia mundial vai se desacelerar substancialmente em 2009.