Economia

Alta do dólar pode aumentar custos e diminuir lucro, diz Vivo

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postado em 11/11/2008 11:27
O presidente da Vivo, Roberto Lima, admitiu nesta terça-feira (11/11) que a alta do dólar pode aumentar os custos da empresa, já que grande parte dos equipamentos e aparelhos comprados pela operadora são importadas. Segundo ele, poderá haver ainda um impacto sobre a margem de lucros da empresa caso ela não consiga repassar os custos adicionais para os consumidores. "Não temos visibilidade de qual será o patamar em que o dólar vai se estabilizar. Isso é algo que vamos ter que administrar no dia-a-dia", disse Lima, durante audioconferência para divulgar os resultados da empresa no terceiro trimestre. A holding Vivo Participações anunciou um lucro de R$ 129,8 milhões no terceiro trimestre deste ano. Segundo o executivo, o impacto da alta do dólar, porém, não será imediato, já que os contratos de curto prazo foram fechados em reais. Lima disse ainda que poderá haver uma queda nas vendas dos aparelhos, mas que não deverá ser drástica. "Na continuidade de um dólar mais alto, nossos fornecedores terão que sentar para conversar e nós encaramos isso como uma negociação necessária", completou. Lima disse que, mesmo com a crise financeira, a empresa mantém a previsão de investimentos para o ano que vem - que ainda não foi divulgada - principalmente na expansão e melhoria da rede. Ele lembrou que, na compra de licenças 3G (terceira geração), a Vivo assumiu compromisso com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de levar cobertura a áreas de menor poder econômico. "Existe um estreitamento de liquidez, vamos estar atentos a todas as fontes de recursos que pudermos ter e saber gerir essa questão de tesouraria, que passa a ser a prioridade da empresa", afirmou. O presidente admitiu ainda que a entrada agressiva da Oi em São Paulo poderá incomodar a empresa, mas lembrou que a Vivo também está entrando no Nordeste com oferta de ligações de graça, o que deverá atrair clientes da própria Oi na região. "Sabemos que a Oi vai ocupar algum espaço. Isso faz parte do jogo, mas vamos continuar defendendo o nosso portfólio", concluiu. Lucro A Vivo Participações anunciou lucro de R$ 129,8 milhões no terceiro trimestre. No segundo semestre, a empresa teve prejuízo de R$ 59,5 milhões no segundo trimestre e, no terceiro trimestre do ano passado, lucro de R$ 42,6 milhões. "O resultado confirma a boa performance que a empresa vem tendo que é resultado de uma política de boa gestão financeira, sem perder a ambição de fazer todos os investimentos necessários para crescer no mercado. A integração da Telemig ainda será fruto de algumas sinergias", disse Lima. De acordo com o presidente, o foco da empresa é na manutenção da liderança do mercado - priorizando, no entanto, clientes mais rentáveis e que permaneçam por mais tempo na base da operadora. "Para nós, o importante é manter um crescimento saudável, trazer para nossa base clientes que possam ser estáveis. Estamos satisfeitos com a nossa estratégia", completou. O Ebit (lucro antes de juros e impostos) teve um crescimento de 83%, registrando R$ 550,9 milhões no trimestre, na comparação com o período de julho a setembro de 2007. Em setembro, a base da Vivo atingiu 42,277 milhões de clientes, chegando a uma participação de mercado de 30%. No terceiro trimestre, o número de clientes cresceu em 1,842 milhão. A receita de serviços no trimestre passado foi de R$ 3,644 bilhão, um aumento de 28% em relação ao período de julho a setembro de 2007. Em relação ao segundo trimestre deste ano, o aumento foi de 7,5%. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações) no trimestre atingiu R$ 1,316 bilhão, no trimestre passado, um crescimento de 39,8% na comparação com o terceiro trimestre de 2007.

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