Economia

Bolsas em NY caem com pessimismo sobre lucros de empresas

;

postado em 11/11/2008 13:00
As Bolsas americanas abriram em baixa nesta terça-feira (11/11), refletindo o desânimo dos investidores na Europa e Ásia. O ligeiro otimismo visto ontem, após o anúncio do pacote de quase US$ 600 bilhões no último fim de semana pela China, se converteu em temores diante de resultados corporativos negativos. Às 12h35 (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em baixa de 1,89%, indo para 8.702,48 pontos no índice Dow Jones Industrial Average, enquanto o S 500 caía 1,79%, para 902,72 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 1,62%, indo para 1.590,58 pontos. A construtora americana Toll Brothers, especializada no segmento residencial do mercado imobiliário, informou que sua receita trimestral caiu 41% na comparação com o resultado de um ano antes. O presidente e executivo-chefe da empresa, Robert Toll, informou em um comunicado que a empresa foi afetada pela crise financeira e que é difícil prever se terá lucro no próximo ano. Já a rede de cafeterias Starbucks anunciou vendas menores, o que resultou em um lucro abaixo do esperado no trimestre passado. Os investidores ainda avaliam a decisão do Federal Reserve (Fed, o BC americano) de autorizar que a empresa de cartões de crédito American Express (AmEx) se torne um banco comercial. A AmEx espera, assim, ter acesso aos fundos do governo para evitar que outros bancos quebrem - o que ocorreu com o Lehman Brothers e o Washington Mutual nos últimos meses. Apesar de a AmEx estar de certa forma mais perto da ajuda do governo, esse é exatamente o fator que leva os investidores a desconfiarem da situação financeira da empresa. A American Express divulgou em outubro uma queda em seu lucro trimestral de 24% devido ao menor uso dos cartões e às maiores dificuldades de seus clientes para devolver o crédito. A mudança da AmEx vem um dia depois de o Fed ter quase dobrado a ajuda que concedeu à seguradora AIG (American International Group). Ontem, o Departamento do Tesouro e o Fed anunciaram que empregarão US$ 40 bilhões adicionais para a aquisição de ações preferenciais na empresa. O processo de estatização da AIG começou com US$ 85 bilhões em setembro. A ajuda reestruturada do governo à AIG consiste agora em um empréstimo de US$ 60 bilhões, um investimento de US$ 40 bilhões em ações preferenciais e US$ 50 bilhões em capital, que será usado principalmente para a aquisição de ativos problemáticos, que serão colocados em duas instituições financeiras separadas. O setor automobilístico ainda é fonte de preocupação para o mercado. A fabricante americana de veículos General Motors anunciou ontem que demitirá mais 1.900 funcionários das suas fábricas na América do Norte, dias depois de anunciar que, sem a ajuda governamental, poderá não ter a liquidez necessária para continuar operando no ano que vem. Na sexta-feira, a empresa já havia anunciado o corte de outros 3.600 postos de trabalho. Também na sexta, a GM anunciou prejuízo de US$ 2,5 bilhões durante o terceiro trimestre do ano e baixa de US$ 6,9 bilhões em seu caixa diante da rápida "piora das condições do mercado nos Estados Unidos". O ritmo de gasto do dinheiro do caixa da General Motors significa que a empresa conta com "o valor mínimo necessário para operar" até o final do ano.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação