Economia

Financeiras de montadoras já liberaram R$ 1,5 bi dos recursos do Banco do Brasil

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postado em 11/11/2008 17:00
As financeiras de montadoras já liberaram cerca de R$ 1,5 bilhão dos recursos do Banco do Brasil, de um total de R$ 4 bilhões em linha de crédito anunciado na semana passada, segundo o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider. Segundo o BB, oito financeiras tiveram acesso aos recursos. Hoje, o governo do Estado de São Paulo anunciou outros R$ 4 bilhões para o financiamento no setor automotivo por intermédio do banco Nossa Caixa. Segundo Schneider, esse dinheiro deverá começar a circular no mercado em duas semanas. Para o governador José Serra, o dinheiro já está disponível e o ritmo de liberação vai depender das solicitações das financiadoras, e podem ser atendidas imediatamente. Ainda que a Nossa Caixa seja um banco estadual, o dinheiro será oferecido para 15 financiadoras das montadoras, que operam no país inteiro. Para Schneider, os R$ 8 bilhões oferecidos pelo BB e pela Nossa Caixa deverão cobrir o período necessário para que o crédito volte ao normal nos bancos privados. A expectativa, segundo ele, é que "em novembro já comece a ter uma reversão positiva" do cenário das vendas, que caíram pela primeira vez neste ano em outubro. "Outubro em relação a setembro caiu [as vendas] 11% no acumulado do mês. Nos primeiros dias [de novembro], teve esse efeito ainda. É normal que esses recursos levem alguns dias para chegar ao mercado financeiro. Mas com esses recursos, a confiança é que o nível de atividade [vendas] volte ao nível de setembro", disse Schneider. "O aumento do crédito para a indústria automobilística ocorre num momento em que vivemos uma crise de liquidez, de falta de recursos para financiamentos. É importante os governos tomarem iniciativas para que não haja descontinuidade da atividade produtiva", afirmou o ministro Guido Mantega (Fazenda), que acompanhou a assinatura da linha de crédito do Nossa Caixa, hoje, em São Paulo. Para o ministro, as medidas anunciadas para estimular a concessão de crédito no setor são necessárias para garantir um "crescimento razoável". "Ocupamos o 6° lugar na produção mundial de veículos hoje e temos condições de mantê-la, porque outros países vão ter retrocesso. Podemos manter o patamar de 3 milhões de veículos produzidos ao ano. E para a indústria automotiva, crédito é fundamental", avaliou Mantega. Segundo Schneider, a estimativa de crescimento de 24% para este ano ainda não foi revisada. Ele prevê, no entanto, uma forte desaceleração do ritmo de expansão para 2009, na casa de um dígito. Os investimentos programados pela indústria automotiva e de autopeças entre 2008 a 2011 de US$ 23 bilhões --dos quais US$ 10 bilhões em São Paulo-- também não foram alterados, conforme o presidente da Anfavea. "25% do PIB industrial do país está na cadeia automotiva. E estamos enfrentando dificuldades de crédito, que se apresentou de forma mais acentuada em outubro, que representou em queda das vendas. Mas saúdo o governo federal e, agora, o governo do Estado de São Paulo, com uma resposta rápida para emprestar a quem quer comprar seu veículo", disse.

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