Economia

Dados negativos de empresas ameaçam consumo e derrubam Bolsas em Nova York

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postado em 11/11/2008 17:31
As Bolsas americanas registram perdas expressivas nesta terça-feira. Os dados negativos divulgados por empresas como a rede de cafeterias Starbucks e a construtora Toll Brothers, ambas afetadas diretamente por reduções em gastos do consumidor, assustaram os investidores. Com a deterioração da economia americana, a retração do consumo pode acelerar a queda do país em uma recessão prolongada. Às 16h55 (em Brasília), a Nyse estava em baixa, operando com queda de 2,05% no índice Dow Jones Industrial Average, que estava com 8.685,28 pontos; já o índice S 500 caía 2,30%, indo para 898,10 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 2,02%, indo para 1.584,01 pontos. As ações da Starbucks caíam mais de 3%. A empresa informou ontem que seu lucro teve uma queda de 97%, chegando a US$ 5,4 milhões, no trimestre passado, contra US$ 158,5 milhões um ano antes. A empresa começou a fechar lojas nos EUA e na Austrália neste ano, como forma de compensar a redução nas vendas. A rede ainda demitiu mais de mil funcionários, e muitas dessas vagas foram simplesmente fechadas. Mesmo assim, as mudanças não bastaram para evitar o resultado negativo. A receita teve crescimento de 3% no período, para US$ 2,52 bilhões. A expectativa dos analistas era de vendas de US$ 2,58 bilhões. As vendas nas mesmas lojas --abertas há pelo menos um ano-- caíram 8%. Além disso, a Toll Brothers, maior nos EUA no segmento de imóveis residenciais de alto padrão, anunciou nesta terça-feira que espera uma queda de 41% nas receitas no quarto trimestre. O resultado preliminar para o trimestre encerrado no dia 31 de outubro mostrou uma receita referente à atividade de construção de cerca de US$ 691 milhões, contra US$ 1,17 bilhão um ano antes. Tudo isso se junta ao anúncio feito ontem de que a General Motors demitirá mais 1.900 funcionários das suas fábricas na América do Norte, dias depois de anunciar que, sem a ajuda governamental, poderá não ter a liquidez necessária para continuar operando no ano que vem. Na sexta-feira, a empresa já havia anunciado o corte de outros 3.600 postos de trabalho. Também ontem a empresa alemã de serviços postais Deutsche Post anunciou ontem que eliminará 9.500 postos de trabalho ao encerrar as atividades de correio privado expresso (DHL) nos Estados Unidos, unidade que gera fortes prejuízos. As demissões somam-se aos 5.400 empregos já suprimidos desde o início do ano. A conversão da operadora de cartões de crédito American Express (AmEx) em um banco comercial não chegou a causar grandes movimentos nos negócios hoje. O Federal Reserve (Fed, o BC americano) autorizou a mudança, buscada pela empresa como forma de ter acesso à ajuda oferecida pelo governo pára evitar que bancos quebrem --como já ocorreu com o Lehman Brothers e o Washington Mutual nos últimos meses. Hoje o Citigroup divulgou medidas para ajudar mutuários nos Estados Unidos endividados com a compra da casa própria a fim de que possam se manter em dia com o pagamento de suas hipotecas e evitar o despejo. O Citi irá reavaliar a situação de 500 mil proprietários nos próximos seis meses que estão em risco de ficar atrasados com o pagamento de seus empréstimos. O banco vai renegociar prazos de pagamento dessas hipotecas, que acumulam um valor de US$ 20 bilhões. Mesmo assim, os investidores não se animaram a ir adiante com os negócios nesta terça.

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