Economia

Mantega diz que não haverá interrupção do crescimento no País

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postado em 11/11/2008 19:07
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira que, apesar de o Brasil registrar a partir de agora um crescimento menor do que apurava antes da piora da crise financeira internacional, não há necessidade de interrupção do crescimento, como deve ocorrer em outros países. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), os Estados Unidos, os 15 países europeus que compartilham o euro (zona do euro) e o Japão devem exibir taxas negativas de expansão em 2009 em função da queda do nível de atividade provocada pelo crise de crédito. "Para que possamos garantir a continuidade (do crescimento sustentável), é preciso que os governos (federal e estaduais) tomem iniciativas no sentido de atender os vários setores que estão apresentando um estrangulamento momentâneo das linhas de crédito", afirmou, durante solenidade realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual paulista. O ministro ressaltou que, apesar da crise financeira internacional causar efeitos em todo o mundo, inclusive ao Brasil, especialmente com a redução de liquidez no sistema financeiro, o País tem condições econômicas e financeiras sólidas acumuladas nos últimos anos. "Isso nos dá condições de continuidade do processo de crescimento sustentável que estamos em curso. Vários setores produtivos estão em plena expansão há alguns anos e não há razão para que ocorra uma interrupção nesse crescimento. "Não temos no Brasil os mesmo problemas que ocorreram nos Estados Unidos e na União Européia (UE), que se meteram em aventuras financeiras. Nós aqui não nos metemos, portanto, temos de enfrentar os problemas resultantes dessa crise financeira internacional, neutralizar os efeitos desses problemas da economia brasileira e dar curso ao nosso processo de crescimento. Indústria automotiva O ministro fez os comentários no evento no qual o governador José Serra (PSDB) anunciou a liberação de R$ 4 bilhões pela Nossa Caixa às financeiras de montadoras para que essas instituições repassem o crédito aos consumidores afim de elevar as vendas de carros baseadas em financiamentos. Em seus comentários, Mantega frisou que há harmonia entre as medidas que os governos federal e de São Paulo adotam para estimular o nível de atividade e diminuir ao máximo os efeitos da crise sobre a economia brasileira. O ministro ressaltou que, na semana passada, o Banco do Brasil (BB) adotou uma ação semelhante com a liberação de R$ 4 bilhões para a indústria automotiva por meio dos bancos das montadoras de veículos. "Já estamos com o conjunto de medidas que deve dar à indústria automotiva brasileira condições para que continue com crescimento bastante razoável, de forma a (manter-se) como uma das maiores do mundo." Segundo ele, a indústria brasileira de automóveis pode manter-se como o sexto maior mercado de produção de veículos do mundo. De acordo com o ministro, como o Brasil deve continuar crescendo enquanto outros países registrarão taxas negativas de expansão em 2009, a indústria automotiva terá no País bons resultados. "No Brasil, podemos manter aquilo que conquistamos, que é pelo menos o patamar de venda de 3 milhões de veículos ao ano. E depois, vamos acelerar na medida que a situação se normalizar. Ao ressaltar as ações conjuntas dos governos federal e do Estado para estimular as vendas de veículos, que somam R$ 8 bilhões de recursos anunciados às financeiras pelo Banco do Brasil (BB) e Nossa Caixa, Mantega destacou que o Poder Executivo federal também adotou medidas que estimulam a produção agrícola e o setor da construção civil, o que faz parte de uma estratégia oficial para que as empresas brasileiras continuem produzindo. "O governo federal tem tomado ações para liberar crédito para setores específicos. Continuamos fazendo isso de modo a dar condições para que os empresários brasileiros continuem produzindo, mantendo os empregos, gerando renda e tributos, para que possamos dar continuidade ao processo de crescimento sustentável. Continuamos a trabalhar em conjunto (governo federal e estadual) para enfrentar a crise.

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