Economia

Bovespa fecha em alta de 1,32%, aos 37.261 pontos

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postado em 11/11/2008 19:11
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) recuperou terreno perto do encerramento do pregão desta terça-feira, em um dia de muito poucos negócios. Os investidores estão pessimistas com a economia global e cautelosos a respeito do mercado financeiro. As ações da Vale do Rio Doce contribuíram para que a Bolsa brasileira "escapasse" da derrocada generalizada das Bolsas mundiais. O câmbio atingiu R$ 2,22. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, ganhou 1,32% e alcançou os 37.261 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,35 bilhões, muito inferior à média do mês (R$ 4,23 bilhões/dia), já bem abaixo da média anual (R$ 5,8 bilhões/dia). Hoje, os investidores aguardaram com ansiedade a divulgação do balanço trimestral da Petrobras, previsto para depois do encerramento dos mercados. Especialistas estimam que estatal deve apresentar lucro recorde. No pregão desta terça-feira, a ação preferencial da petrolífera cedeu 0,16%, para R$ 23,91. O analista Rodney Otero, da corretora Planner, projeta um lucro líquido na casa dos R$ 6,5 bilhões, ante ganho de R$ 5,5 bilhões. "Acreditamos que o impacto da desvalorização do câmbio em 20,3% durante o terceiro trimestre de 2008 deva afetar significativamente o resultado financeiro líquido do período", comenta. A ação preferencial da Vale, com giro de R$ 417 milhões, valorizou 1,22% e segurou as perdas da Bolsa paulista. O dólar comercial foi vendido por R$ 2,225, o que significa um acréscimo de 1,50% sobre a cotação de ontem. O Banco Central já realizou um leilão de "swap" cambial e colocou no mercado US$ 143,7 milhões desses contratos. "O pacote da China chegou até a animar o mercado, mas logo depois vieram as notícias sobre a AIG, a Fannie Mae, e junto com os problemas da GM, e aquele ânimo durou pouco. A verdade é que todo mundo ainda está um pouco perdido, bastante desconfiado e sem saber exatamente qual a tendência para a moeda", comenta Ideaki Iha, profissional da corretora de câmbio Fair. Empresas. O noticiário corporativo tem municiado os investidores de motivos para sair do mercado, principalmente com as informações de queda nas vendas de automóveis nos EUA. "O furacão está mudando de rumo, se deslocando de Wall Street para Detroit, onde fica a indústria automobilística", comenta Patrícia Blanco, sócia-gestora da Global Equity, lembrando a desvalorização espetacular (23%) das ações da General Motors. "A forte contração do crédito parece ser a dificuldade emergente que afeta o capital de giro das empresas e a força do consumo das famílias. O desemprego também tem adiado o consumo, afetando toda a cadeia produtiva", avalia, em comentário sobre o mercado financeiro. Entre as principais notícias do dia, o Federal Reserve (o banco central americano) aprovou hoje a conversão da gigante americana do setor de cartões de crédito American Express (AmEx) em um banco comercial. Uma das empresas mais afetadas pela crise financeira, a Amex poderá captar depósitos, seguindo o exemplo dos bancos de investimento Goldman Sachs e Morgan Stanley, que também se tornaram bancos comerciais. O Banco do Brasil comunicou que o Conselho de Administração aprovou a incorporação do Banco do Piauí. O aviso ao mercado não traz maiores detalhes sobre as duas possíveis operações pendentes: a compra de participação no banco Votorantim e a aquisição da Nossa Caixa. A ação ordinária recuou 1,17%. A holding Vivo Participações anunciou hoje um lucro de R$ 129,8 milhões no terceiro trimestre deste ano, ante ganhos de R$ 42,6 milhões em idêntico período de 2007. No terceiro trimestre, o número de clientes cresceu em 1,842 milhão. A ação preferencial valorizou 7,72%. A companhia aérea Gol rebaixou suas previsões de crescimento do mercado doméstico para 2009, de 8,5% para 6%. A ação preferencial cedeu 3,01%.

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