postado em 12/11/2008 09:24
O desempenho recorde da Petrobras no terceiro trimestre faz parte do passado: especialistas esperam um lucro bem mais modesto da companhia nos últimos três meses do ano, na esteira, principalmente, da forte queda do preço do petróleo.
Até setembro, a cotação média do petróleo ficou em US$ 111 o barril e impulsionou o faturamento da estatal. No período de outubro a dezembro, a cotação deve se manter na faixa atual, em torno dos US$ 60.
Por outro lado, a estatal deve ter um alívio na balança comercial. Nos nove primeiros meses do ano, a empresa teve um déficit de US$ 1,8 bilhão, cifra que tende a se reduzir. Em volume, registrou uma exportação líquida de apenas 6 mil barris no período, abaixo dos 89 mil apurados em igual período de 2007. No terceiro trimestre, chegou a registrar uma cifra negativa: 36 mil barris.
No terceiro trimestre, o lucro recorde foi obtido graças especialmente à valorização cambial, diz Mônica Araújo, da corretora Ativa. É que a empresa tem mais ativos no exterior, em dólar, do que passivos (dívidas) e a empresa se beneficiou da alta da moeda norte-americana.
Para David Zylbersztajn, da DZ Negócios em Energia, o resultado do próximo trimestre depende do que a Petrobras fará com o preço dos combustíveis no mercado interno, mas não deverá ser tão bom. Para os investimentos no pré-sal, o resultado não é tão relevante, diz Zylbersztajn. "O pré-sal depende muito mais de financiamento externo, que está mais difícil com a atual crise."