Economia

Bolsas em NY caem com pessimismo sobre gastos de consumidores em meio à crise

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postado em 12/11/2008 12:51
As Bolsas americanas abriram em baixa nesta quarta-feira (12/11). Os investidores seguem preocupados com o ritmo das economias americana e global, e com o impacto que a crise financeira poderá ter sobre o consumo - responsável por cerca de dois terços de toda a atividade econômica dos EUA. Os mercados também vão acompanhar o pronunciamento hoje do secretário do Tesouro, Henry Paulson, sobre o pacote de US$ 700 bilhões para resgatar bancos em dificuldades. Às 12h36 (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em baixa de 1,94%, indo para 8.525,18 pontos no índice Dow Jones Industrial Average, enquanto o S 500 caía 2,03%, para 880,70 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 1,42%, indo para 1.558,40 pontos. O consumo vem se tornando uma fonte de preocupação significativa para os investidores. Ontem, a construtora Toll Brothers e a rede de cafeterias Starbucks anunciaram resultados trimestrais negativos. Mais que os dados fracos em si mesmos, o pessimismo cresceu devido ao sinal que enviaram ao mercado: os gastos do consumidor podem sofrer contração, acelerando a chegada da recessão no país. Hoje a operadora da rede de lojas de departamentos Macy´s informou que teve um prejuízo de US$ 44 milhões no terceiro trimestre. Além disso, a rede de lojas de produtos eletrônicos Best Buy reduziu suas expectativas para 2009, refletindo uma previsão de mais quedas nos gastos dos consumidores. Na segunda-feira (10/11), a Circuit City - segunda maior cadeia americana de lojas de produtos eletrônicos - anunciou que pediu proteção sob o chamado "Capítulo 11" da lei de falências dos Estados Unidos. O anúncio ocorreu uma semana depois do fechamento de 155 lojas (cerca de 20% do total) por parte da Circuit City e a redução de 17% de seus trabalhadores no país. Os investidores aguardam o pronunciamento de Paulson, que deve apresentar uma prestação de contas sobre a aplicação do pacote de ajuda ao setor financeiro. O pacote tem recebido críticas por ter se desviado do foco - a medida se destinava à compra de papéis "podres" (títulos com baixíssima probabilidade de resgate, ou seja, com alto risco de calote) das carteiras dos bancos. O dinheiro, no entanto, teve outros usos: no dia 14 do mês passado, o presidente George W. Bush anunciou que US$ 250 bilhões do pacote seriam usados para comprar participações acionárias em bancos, não necessariamente em situação grave com a do Lehman Brothers, que quebrou em meados de setembro. Além disso, o governo recebeu críticas por utilizar parte do pacote para ajudar empresa de fora do setor bancário. A indefinição sobre qual o critério para qualificar as empresas que poderão receber os recursos do pacote já abriu espaço para que grupos fora do setor bancário pleiteassem a ajuda. Entre os grupos que pediram ajuda estão seguradoras como Allstate e MetLife, além de financeiras como GE Capital e a GMAC (o braço financeiro da fabricante de automóveis General Motors). Os casos mais recentes desse tipo de ação foram a reestruturação da dívida da seguradora AIG e a conversão da gigante americana do setor de cartões de crédito American Express (AmEx) em um banco comercial. O Congresso liberou inicialmente US$ 350 bilhões do pacote. Desse montante, o Tesouro já empenhou US$ 290 bilhões - os US$ 250 bilhões destinados a comprar participações em bancos e os US$ 40 bilhões para a AIG, segundo o diário americano "The New York Times".

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