postado em 13/11/2008 13:08
O presidente do Banco do Brasil, Lima Neto, afirmou nesta quinta-feira (13/11) que não é uma questão de honra a instituição voltar à liderança do mercado bancário brasileiro, perdida após a fusão Itáu-Unibanco. Ele ressalta, no entanto, que o BB tem de ser grande e ter a mesma ordem de grandeza dos seus concorrentes, considerando assim a possibilidade de mais aquisições.
Em relação às negociações para a compra da Nossa Caixa, Lima Neto disse que ainda não estão concluídas e que um desfecho deve ser divulgado oportunamente. Também hoje, o presidente do banco Nossa Caixa, Milton Luiz de Melo Santos, afirmou que "continuamos as tratativas e esperamos que [a venda] seja concluída o mais breve possível. "Como continuamos o processo de negociação, não podemos nos comprometer com prazos [para a finalização]", afirmou Neto.
O executivo descartou que exista algum tipo de pressão do governo federal para que se concretizem novas aquisições pelo BB. Nesta semana, a instituição aprovou a compra do Banco do Piauí, e negocia ainda com o Banco do Brasília e o Votorantim, braço financeiro do grupo controlado pela família Ermírio de Moraes - sobre este último, Neto afirmou não ter "nada concreto a dizer".
Segundo Neto, em nenhum momento o presidente Lula manifestou intenção de que o Banco do Brasil seja obrigado a fazer aquisições. "Não é questão de honra volta à liderança, para não dar a idéia de que o BB está disposto a fazer qualquer negociação. Tem de ser [um negócio] auto-sustentável e compatível às melhores práticas do mercado". Neto destacou que o Banco do Brasil precisa ter crescimento além do orgânico (expansão dos próprios negócios) e que tal posição já existe antes mesmo do início da crise financeira e da fusão Itáu-Unibanco, que, juntos, se tornaram o maior da América Latina.
"A perspectiva de crescimento é inexorável, o BB não pode ficar estagnado. Tem de ser grande e ter a mesma ordem de grandeza de seus concorrentes. O BB vai crescer organicamente e enxergar possibilidade de novas aquisições", disse Neto. "Temos de desfazer esta idéia para que o BB não entre em uma corrida maluca para comprar qualquer banco."