Economia

Bolsas em NY caem após abertura positiva, com novos sinais de recessão

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postado em 13/11/2008 13:15
As Bolsas americanas abriram em alta nesta quinta-feira (13/11), mas logo passaram para o vermelho. O crescimento de 10% no lucro da rede varejista americana Wal-Mart no trimestre trouxe algum ânimo, mas o número de pedidos de auxílio-desemprego, que passou de 500 mil na última semana, foi mais um sinal de que para os EUA caírem em recessão é só uma questão de tempo. O governo anunciou uma redução no déficit comercial em setembro, mas o dado reflete a redução nas compras de petróleo, e não um aumento de exportações. Às 12h51 (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em baixa, operando com perda de 0,21% no índice Dow Jones Industrial Average, que ia para 8.264,10 pontos, e de 0,15% no índice S 500, que subia para 851,04 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 0,73%, indo para 1.488,24 pontos. O lucro do Wal-Mart no trimestre encerrado em outubro foi de US$ 3,14 bilhões (US$ 0,80 por ação), contra US$ 2,86 bilhões (US$ 0,70 por ação) no mesmo período um ano antes. O resultado superou as expectativas dos analistas, que previam um ganho por ação de US$ 0,76. A desaceleração global da economia e o câmbio desfavorável, no entanto, levaram a empresa a reduzir sua expectativa de lucros para o ano. Para o período de 12 meses até 31 de janeiro de 2009, a expectativa de ganhos por ação da empresa em suas operações contínuas é de US$ 3,42 a $3.46, contra a previsão de agosto, de US$ 3,43 a US$ 3,50. Além disso, o Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos cresceu em 32 mil, totalizando 516 mil solicitações iniciais do benefício. A leitura semanal já vinha sendo tomada como sinal de recessão há meses; números acima de 400 mil pedidos são vistos pelos economistas como indicadores de uma economia em declínio. No mês passado, a economia americana eliminou 240 mil postos de trabalho, marcando o décimo mês consecutivo de fechamento de vagas no país. A taxa de desemprego, por sua vez, subiu para 6,5% no mês passado, contra 6,1% em setembro. Trata-se da pior taxa desde fevereiro de 1994, quando ficou em 6,6% - em março daquele ano, a taxa também ficou em 6,5%. O PIB americano teve contração de 0,3% e as previsões para o quarto trimestre são de uma nova queda. Uma recessão se caracteriza por dois trimestres consecutivos de retração. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico calcula que os Estados Unidos terão uma contração de 0,9% no PIB no próximo ano, segundo projeções divulgadas hoje. O déficit comercial americano diminuiu em 4,4%, mas não bastou para animar os investidores. A redução se deveu mais a uma redução tanto em volume de petróleo importado como no preço pago por barril que a um crescimento efetivo das exportações - essas, na verdade, encolheram 6%, ficando em US$ 155,4 bilhões.

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