postado em 13/11/2008 15:49
As bolsas européias fecharam em alta nesta quinta-feira (13/11), depois de dois dias de perdas. Pela manhã, os investidores se deixaram levar pelas má notícia sobre a economia da Alemanha e pela previsão de desempenho econômico fraco feita pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). No fim do dia, no entanto, os investidores ganharam alguma confiança para procurar ações a bons preços.
A Bolsa de Paris subiu 1,10% no índice CAC 40, fechando com 3.269,46 pontos; a Bolsa de Frankfurt subiu 0,62% no índice DAX, para 4.649,52 pontos; a Bolsa de Milão subiu 0,52% no índice MIBTel, ficando com 15.916 pontos; a Bolsa de Zurique teve alta de 0,65%, encerrando o dia com 5.740,04 pontos no índice Swiss Market; e a Bolsa de Amsterdã teve alta de 0,28% no índice AEX General, indo para 249,96 pontos.
A exceção entre as Bolsas nacionais foi a de Londres, que fechou em baixa de 0,31% no índice FTSE 100, ficando com 4.169,21 pontos. O índice FTSEurofirst 300 - que reúne ações das principais empresas européias - também caiu, encerrando o dia com perdas de quase 0,4%.
Recessão à vista
A economia da Alemanha teve uma retração de 0,5% no terceiro trimestre, em relação ao trimestre imediatamente anterior, o que colocou o país em recessão. No segundo trimestre do ano, a economia alemã já havia retrocedido 0,4%. A Alemanha se junta, assim, à Irlanda e à França.
Outro país europeu que deverá se juntar ao grupo é o Reino Unido: ontem, o Banco da Inglaterra (banco central britânico) avaliou, em seu relatório de inflação, que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas de um país) britânico deverá cair 0,5% no terceiro trimestre, com uma nova contração no quarto.
A OCDE calcula que os Estados Unidos terão uma contração de 0,9% no PIB no próximo ano; a zona do euro, de 0,5%, e o Japão, de 0,1%. A Comissão Européia, o órgão executivo da União Européia (UE), já havia anunciado que a zona do euro já está em recessão e ficará nessa situação até 2009.
'Incerteza'
Segundo o boletim mensal do Banco Central Europeu (BCE) divulgado hoje, o "nível de incerteza que provém dos desenvolvimentos nos mercados financeiros permanece extraordinariamente elevado". Ao mesmo tempo, o conselho do banco diz esperar que "o setor bancário contribua para restaurar a confiança".
Os papéis do setor bancário tiveram queda, com destaque para as perdas do Barclays (-6,8%), Royal Bank of Scotland (-5,9%) e HSBC (-2,1%). Os investidores ainda sentem o impacto do anúncio feito ontem pelo secretário do Tesouro dos EUA, henry Paulson, de que a compra de papéis "podres" (com alto risco de calote) não é mais prioridade dentro do pacote de US$ 700 bilhões em ajuda ao setor financeiro, aprovado em outubro.
Também caíram as ações dos setores de mineração, com destaque para Xstrata (-4,8%), Antofagasta (-7,4%) e BHP Billiton (-2,3%).
Nos EUA, a divulgação de novos dados sobre o mercado de trabalho não chegaram a impedir a recuperação nos índices europeus, mas reforçaram as preocupações sobre a economia americana e global: o Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos cresceu em 32 mil, totalizando 516 mil solicitações iniciais do benefício. A leitura semanal já vinha sendo tomada como sinal de recessão há meses; números acima de 400 mil pedidos são vistos pelos economistas como indicadores de uma economia em declínio.
O lucro da rede varejista Wal-Mart no trimestre encerrado em outubro foi de US$ 3,14 bilhões (US$ 0,80 por ação), contra US$ 2,86 bilhões (US$ 0,70 por ação) no mesmo período um ano antes. O resultado superou as expectativas dos analistas, que previam um ganho por ação de US$ 0,76.