Economia

Sandálias Crocs tem prejuízo e decide fechar fábrica no Brasil

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postado em 13/11/2008 17:15
A fabricante das sandálias coloridas Crocs anunciou nesta quinta-feira (13/11) um prejuízo de US$ 148 milhões (US$ 1,79 por ação) no terceiro trimestre deste ano, contra um lucro de US$ 56,5 milhões (US$ 0,66 por ação) no mesmo período do ano passado. Entre as decisões da empresa para se ajustar á queda de desempenho está a de fechar sua fábrica no Brasil no quarto trimestre. "Nosso desempenho ficou abaixo das expectativas e continuou a sentir o impacto das condições extremamente difíceis do varejo nos EUA e na Europa no terceiro trimestre", disse o presidente e executivo-chefe da empresa, Ron Snyder. "Baseados na atual tendência, reduzimos nossa projeção de volume de vendas e tomamos a decisão estratégica de ajustar ainda mais nossas operações para nos alinharmos melhor a volume e receita menores." O realinhamento planejado pela empresa para se adequar às condições difíceis que enfrenta envolverá um esforço para consolidar seus centros de armazenagem e distribuição, a redução de estoques e o fechamento da unidade de produção no Brasil, diz um comunicado da empresa. Em julho de 2007, a Crocs montou uma fábrica em Sorocaba. Por aqui, o modelo mais básico custa cerca de R$ 70. "Combinadas ao fechamento da fábrica no Canadá e à redução de pessoal desde o início do ano, essas ações permitirão chegarmos ao início de 2009 com uma estrutura de custos mais enxuta e eficiente", diz o texto. A receita da empresa no trimestre até setembro ficou em US$ 174,2 milhões, contra US$ 256,3 milhões no mesmo trimestre do ano passado. Para o quarto trimestre deste ano, a expectativa da Crocs é de receitas entre US$ 100 milhões e US$ 120 milhões e de uma perda por ação de US$ 0,50 a US$ 0,65. Acidentes no Japão Neste ano, o governo do Japão pediu que a Crocs melhore o design do produto. Pelo menos 65 acidentes foram registrados no Japão por causa da sandália - no geral, crianças que usavam o tamanco prenderem o pé em escadas rolantes. Com isso, duas entidades de defesa do consumidor no Brasil, a ProTeste e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) pediram em abril explicações sobre as sandálias. "Apesar de não termos registrado qualquer acidente no Brasil, entendemos que os acidentes no Japão mostram que há perigo para o consumidor brasileiro. Por isso, pedimos ao DPDC [Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça] que entre em contato com a empresa para pedir um recall ou mais esclarecimentos sobre o uso adequado", explicou Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste. A Crocs afirmou à época que as sandálias são "completamente seguras" e que os acidentes e recomendações mencionados pelo ministério japonês se referem a vários tipos de calçados, não apenas aos fabricados pela empresa. Barcos Nos Estados Unidos, onde o calçado foi lançado oficialmente, os criadores do modelo imaginavam, inicialmente, desenvolver um sapato para ser usado em barcos, por velejadores, devido ao seu solado antiderrapante (feito em resina) e que não marcava o deck. Mesmo voltados para esse mercado específico, os tamancos de plástico colorido logo viraram moda nos EUA e em 2003 já eram vendidos ao redor do mundo. Atores de Hollywood e celebridades, aliás, ajudaram a impulsionar a moda, se declarando fã do produto cheio de furinhos, preso na parte de trás do pé por uma alça, que deixa o calcanhar de fora.

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