Economia

Bovespa fecha em forte alta de 4,71%, mas dólar crava R$ 2,36

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postado em 13/11/2008 18:46
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) disparou perto do encerramento dos negócios, concluindo o pregão desta quinta-feira (13/11) em forte alta. As ações líderes, Vale e Petrobras, junto com os papéis do setor bancário, puxaram a recuperação. Nas Bolsas americanas os investidores "ignoraram" as más notícias e voltaram às compras, numa jornada de muita oscilação. O câmbio, indicador mais sensível do nervosismo nos mercados, cravou R$ 2,36, apesar de uma intervenção pesada do Banco Central. "O mercado de commodities (matérias-primas) melhorou bastante, o que ajudou a Bovespa a subir. E o bom balanço do Banco do Brasil acabou ajudando as ações dos bancos. O mercado está vendo de forma positiva as ações de bancos nesse momento de crise", comenta Rodrigo Silveira, Rodrigo Silveira, gerente de operações da corretora e.um, a "home broker" da corretora Umuarama. "Nós temos que lembrar também que atualmente, ninguém no mercado está de olho nos fundamentos das empresas, somente nos preços. E as ações estão bastante depreciadas. Quando o mercado melhora um pouco, também há um efeito manada no sentido otimista", acrescenta. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, valorizou 4,71% no fechamento e alcançou os 35.993 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,95 bilhões. A ação da Petrobras, que sozinha movimentou R$ 820 milhões, teve avanço de 2,32%; a ação da Vale ganhou 1,59%. Entre os papéis dos bancos, a ação do Bradesco teve alta de 9,19%, enquanto a ação do Itaú ascendeu 9,18%. A "unit" (recibo de ações) do Unibanco ficou 10,93% mais cara, enquanto a ação ordinária do Banco do Brasil subiu 6,89%. O dólar comercial foi cotado a R$ 2,368 para venda, com avanço de 3,40% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 442 pontos, número 1,55% abaixo da pontuação anterior. O Banco Central vendeu dólares por duas vezes, além de oferecer contratos de "swap" cambial para os bancos. Além dessas operações, o BC também ofereceu linhas aos bancos, com o compromisso de usarem os recursos para financiar atividades de comércio exterior. Saída de recursos "O mercado continua tendo uma saída forte de recursos. Acredito que muitos grandes fundos (´hedge funds´) estão sofrendo muitos saques lá fora e precisam fazer caixa rapidamente. Por isso, vendem ações por aqui, ganham um pouco na taxa de câmbio e já saem do país", sintetiza Reginaldo Galhardo, diretor de câmbio da corretora Treviso. O mercado ainda enfrentou a ressaca das declarações de Henry Paulson, secretário do Tesouro americano, que anunciou mudanças no plano de US$ 700 bilhões para auxiliar o sistema financeiro, assustando os mercados financeiros. E hoje, investidores e analistas tiveram que arcar com outra bateria de más notícias, com destaque para o mercado de trabalho americano: a demanda pelos benefícios de auxílio-desemprego superou a marca dos 500 mil pedidos, reforçando a percepção de que os EUA estão em recessão.

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