postado em 14/11/2008 18:36
Os investidores se renderam aos números desfavoráveis das economias americanas e européias, derrubando a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) em seu último pregão da semana. Um relativo otimismo sobre a reunião do G20 neste final de semana não foi suficiente para eclipsar a notícia de que as maiores economias da Europa caíram em recessão. Nos EUA, a queda histórica das venda de varejo desanimaram as compras. O câmbio cedeu para R$ 2,27. Na semana, a Bolsa brasileira recuou 2,4%.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, retrocedeu 0,57% e alcançou os 35.789 pontos. O giro financeiro foi bastante baixo de R$ 3,09 bilhões, ante uma média de R$ 4,22 bilhões/dia neste mês. Nos EUA, a Bolsa de Nova York ainda opera, em leve alta de 0,04%. Os investidores reagiram mal à informação de que o setor varejista teve uma queda recorde no volume de vendas. O dólar comercial foi comercializado a R$ 2,270 para venda, o que representa um decréscimo de 4,13%. A taxa de risco-país marca 452 pontos, número 2,26% acima da pontuação anterior. O Banco Central ofereceu ao mercado 14 mil contratos do tipo "swap" cambial, que protegem contra a oscilação do câmbio, e que foram aceitos integralmente pelos bancos. Na semana, a taxa de câmbio disparou 5,09%.
"À medida que novos números relativos à atividade econômica mundial são divulgados, delineia-se um quadro muito mais grave que o anteriormente percebido", comenta Fernando Montero, economista-chefe da corretora Convenção, em relatório semanal sobre o mercado financeiro. "Diante deste quadro, as perspectivas para a demanda externa de produtos brasileiros, a despeito do câmbio desvalorizado, mostram-se mais incertas", acrescenta.
Entre as principais notícias do dia, o Eurostat (a agência européia de estatísticas) revelou que a economia da zona do euro caiu oficialmente em recessão com o registro de dois trimestres consecutivos de contração do PIB dos países da região. Itália, Reino Unido, Espanha e Alemanha são alguns dos países que reconheceram estar em recessão. Hoje, o presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Ben Bernanke, admitiu que a grande volatilidade dos mercados financeiros permanece e que as medidas adotadas pelos bancos centrais nos últimos meses contribuíram para "melhoras provisórias no funcionamento do mercado de crédito".