postado em 14/11/2008 20:00
A crise financeira global pode dar novo impulso atual rodada de negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC). Essa, ao menos, é a avaliação do governo brasileiro.
Para isso, segundo o ministro das relações Exteriores, Celso Amorim, será preciso chegar a um acordo sobre as modalidades da Rodada Doha até 10 de dezembro.
A preocupação - já demonstrada pelo chanceler antes da eleição para presidente dos Estados Unidos - é de que, caso não haja acordo antes da posse de Barack Obama, o novo governo queira retomar do zero as negociações que já duram sete anos.
É muito importante que se figure uma questão de prazos, por essa questão do próximo presidente americano. Todos entendemos que é muito mais confortável para o próximo presidente norte-americano pegar um acordo que já foi negociado e apresentar ao Congresso do que ele mesmo ter que negociar todos os itens específicos de um acordo, afirmou Amorim. A expectativa é de que, uma vez que seja aprovado um pacote por 150 países, provavelmente o novo presidente levaria adiante, completou.
Um acordo na Rodada Doha, segundo Amorim, seria um poderoso estímulo recuperação da confiança dos mercados, pois sinalizaria que não haverá recrudescimento do protecionismo.O comércio é um pouco como a bicicleta. Ou você anda para frente, ou você cai, comparou Amorim..
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, garante que há consciência, entre os membros do G20 financeiro, da necessidade de se estimular o comércio mundial como medida anticíclica. Manter o comércio mundial ativo e aberto também é uma maneira de aumentar a atividade econômica dos países, frisou Mantega. A crise poderá ser um catalisador de acordos que antes não eram possíveis de se fazer, avaliou.
A expectativa é de que a Rodada Doha seja abordada pelos líderes do G20 financeiro, ainda que informalmente.