Economia

Estimulado pelo aumento dos salários do funcionalismo público, DF cresce acima da média

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postado em 15/11/2008 09:55
Estimulada pelo aumento dos salários do funcionalismo público, a economia do Distrito Federal vem pisando fundo no acelerador. O Produto Interno Bruto (PIB) local atingiu R$ 89,630 bilhões em 2006, crescimento de 5,45% e 73% superior à média do Brasil, que cresceu 3,97% naquele ano, segundo os dados revisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O principal combustível para esse desempenho foi a elevação da renda média do brasiliense, em especial a dos servidores. E fez a participação do DF subir de 2% para 3,78% do nacional. A prosperidade só não chegou à agricultura, afetada por uma quebra de safra. ;A elevação dos salários no setor público foi muito importante para garantir o aumento do consumo das famílias brasilienses. Melhores salários levaram a mais consumo, o que fez a economia girar numa velocidade maior;, afirmou ontem o presidente da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), Rogério Rosso. O IBGE, que faz a pesquisa no DF com a Codeplan, só deve divulgar os dados de 2007 em março do ano que vem. Como os dados são usados como base de cálculo para a divisão das receitas tributárias no país, têm que ser definitivos. O retrato da economia apresentado é diferente do atual, abalado pela crise internacional. A Codeplan fez estimativas para o desempenho local em 2008 e em 2009, mas não as divulgou. Rosso preferiu não especular sobre os efeitos no DF da crise financeira, que vem causando recessão mundo afora e vai minguar o crescimento brasileiro. ;Já é difícil avaliar os impactos na economia nacional, quanto mais nas regionais. Temos notícias de que alguns setores estão ruins, como o de venda de automóveis, que caiu em outubro por volta de 30% no DF;, limitou-se a dizer. Em 2006, o rendimento médio dos brasilienses cresceu 25,1%, passando de R$ 1.951 para R$ 2.440. Na iniciativa privada, a expansão foi de 9,4%, com o salário saindo de R$ 1.302 e chegando a R$ 1.424. Seguindo a política do governo Lula de conceder reajustes acima da inflação e realinhar planos de cargos, a realidade no setor público foi bem mais generosa. O aumento foi de 37,1%, com a média saltando de R$ 2.862 para R$ 3.924. As administrações federal e distrital empregavam 41,6% dos trabalhadores no DF, seguida dos serviços (36,4%), comércio (13,3%) e indústria (8%). Segundo o diretor de Gestão de Informações da Codeplan, Sérgio Magalhães, mudanças na metodologia da pesquisa captaram melhor o peso do setor público na economia. Isso justifica o aumento da participação desse segmento no total. A parcela subiu de 54,3% do PIB distrital para 54,84%. A forte presença do governo federal continua garantindo a liderança de Brasília no ranking do PIB per capita brasileiro. O indicador chegou a R$ 37,6 mil, valor quase três vezes maior do que a média nacional (R$ 12.688) e duas vezes superior à do segundo lugar, São Paulo (R$ 19.548). Refletindo o consumo das famílias, o comércio foi o setor que teve a maior expansão, de 10,29%. Segundo o presidente da Fecomércio, senador Adelmir Santana (DEM-DF), o setor cresce há 52 trimestres consecutivos, mas vai sofrer com a crise. ;Com exceção dos segmentos mais dependentes de crédito, como o de automóveis, ela ainda não chegou aqui com força total. Mas já gera desconfiança nos consumidores. Vamos ter bastante dificuldades no primeiro trimestre do ano que vem;, previu. Neste ano, o ritmo registrado até julho deve garantir uma expansão nas vendas em torno de 7%. A indústria cresceu 8,04% em 2006, com destaque para a de transformação (19,75%) e construção civil (5,44%). A nota dissonante foi a agricultura, cuja renda caiu 13,42%. ;Tivemos um excelente desempenho em todos os setores, com exceção da agricultura, que foi afetada pelas chuvas irregulares e pela queda nos preços de produtos agrícolas no mercado internacional;, afirmou Rosso. No ranking dos maiores PIBs do país, o DF continuou em 8° lugar, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Santa Catarina.

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