postado em 15/11/2008 14:30
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste sábado (15/11) o estímulo à demanda interna como estratégia para evitar que a crise financeira internacional resulte no recuo da atividade produtiva e na queda de empregos no Brasil.
;O Brasil tem um potencial de mercado interno que um país desenvolvido não tem, porque [a população nos países desenvolvidos] já tem carro, já tem casa, já tem televisão. Poderemos facilitar que o povo brasileiro tenha acesso a esses bens que ainda não tem;, afirmou o presidente em rápida conversa com jornalistas.
Com esse objetivo, segundo Lula, o governo federal manterá os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). ;Não pararemos de fazer os investimentos que estão previstos, porque a economia brasileira pode não crescer tudo o que a gente queria que crescesse, mas não pode deixar de crescer, porque o povo precisa trabalhar;, afirmou.
O presidente também assegurou que o governo federal criará condições para continuar irrigando o mercado financeiro. ;Até agora, todo o dinheiro que foi colocado pelos países ricos não chegou na ponta. É preciso que eles tratem de fazer com que o dinheiro chegue na ponta para o mercado financeiro poder voltar a funcionar com uma certa normalidade;, criticou.
Lula citou como exemplo o caso dos Estados Unidos. Em jantar na Casa Branca com os chefes de Estado do G20 financeiro, na noite de ontem, Bush teria revelado que o governo norte-americano já aplicou US$ 1,5 trilhões ; e não os US$ 850 bilhões anunciados ; para amenizar os efeitos da crise desencadeada pela falência do mercado imobiliário norte-americano. Até agora, no entanto, apenas US$ 250 bilhões chegaram ao mercado.
;O que pode acontecer de pior é que uma crise que começou por conta da especulação venha a causar problema sério no setor de produção dos países que tanto precisam crescer;.