Economia

Cooperação para restaurar crescimento e reformar sistema financeiro

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postado em 16/11/2008 09:47
Os líderes do G20 concordaram neste sábado (15/11) em implantar um plano para aumentar a vigilância sobre os mercados financeiros e coordenar melhor suas políticas econômicas para evitar uma nova crise, além de reativar o crescimento e reformar o sistema financeiro. "Estamos decididos a aumentar nossa cooperação e trabalhar juntos para restaurar o crescimento global e aaprovar as reformas necessárias nos sistemas financeiros mundiais", indica o comunicado final do G20, que se reuniu neste sábado em Washington. O documento enumera uma série de "ações imediatas": adotar todas as medidas "adicionais para estabilizar o sistema financeiro", "reconhecer a importância do apoio que pode vir da política monetária" - mas de acordo com a situação de cada país - e "recorrer a medidas orçamentárias para estimular a demanda interna", tendo como objetivo o equilíbrio fiscal. Os líderes do G20 - cujos países representam 85% da economia mundial - se comprometem também a aplicar medidas ficais para estimular as economias nacionais, e estabalecem seis áreas de atuação que devem ser priorizadas até o dia 31 de março de 2009. Estas áreas são: a reforma dos aspectos da regulação que colaboram para a crise, as normas de contabilidade, a transparência dos mercados derivados, as práticas de remuneração e a avaliação das necessidades de capital das instituições financeiras internacionais. Os ministros das Finanças dos países do grupo também deverão estabelecer, dentro do mesmo prazo, uma lista das entidades financeiras cuja quebra afetaria gravemente o conjunto do sistema. O prazo determinado vai além da presidência de George W. Bush, anfitrião do encontro deste sábado, que por isso fez questão de garantir a seus pares que os Estados Unidos viverão uma transição "perfeita" entre sua administração e a do democrata Barack Obama, que tomará posse no dia 20 de janeiro de 2009. Obama decidiu não participar da cúpula do G20, mas enviou representantes em seu lugar. Os líderes do grupo defenderam também o princípio de uma regulação dos mercados financeiros sobre uma base nacional, descartando a idéia de um plano de estímulo coordenado para as finanças mundiais. O G20 indicou que lutará por uma nova regulação "eficiente", que "estimule o comércio de produtos e serviços financeiros". Em sintonia com as advertências americanas contra uma volta ao protecionismo, os líderes concordaram também em retomar as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a liberalização do comércio mundial antes do fim do ano. "Lutaremos para alcançar um acordo ainda este ano sobre temas que levem à conclusão bem-sucedida da Agenda de Doha na OMC, com um resultado ambicioso e equilibrado", diz o comunicado. Por outro lado, decidiram que o Banco Mundial (Bird) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) devem "modernizar suas estruturas" e aumentar a representação dos países em desenvolvimento. "Estamos decididos a fazer avançar a reforma das instituições de Bretton Woods, de forma a refletir melhor a evolução dos respectivos pesos econômicos na economia mundial para aumentar sua legitimidade e eficácia", indica o texto. "Nesse sentido, as economias emergentes e em desenvolvimento, incluindo os países mais pobres, devem ter sua voz mais ouvida e ser melhor representados". O Brasil considerou que a reunião se transformou em um "fórum de chefes de Estado", após propor sua institucionalização, enquanto o México afirmou que o encontro foi um "ponto de partida muito bom". A cúpula do G20 reúne o G8 (Alemanha, França, Estados Unidos, Japão, Canadá, Itália, Grã-Bretaña e Rússia), a União Européia e onze países emergentes (Argentina, Austrália, Arábia Saudita, Brasil, China, Coráia do Sur, Índia, Indonésia, México, África do Sul e Turquia). Espanha e Holanda, que a princípio não fazem parte do grupo, também participaram a convite da França. Os líderes decidiram voltar a se encontrar até o dia 30 de abril do ano que vem, em local ainda a ser definido.

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