postado em 16/11/2008 09:52
A cúpula dos grandes países industrializados e emergentes do G20 adotou neste sábado (15/11), em sua primeira reunião em Washington, uma declaração conjunta que analisa as causas da crise financeira e promete "lançar as bases das reformas" que permitirão evitar uma nova crise.
Estes são os principais pontos da declaração final:
- "Estamos determinados a reforçar nossa cooperação e a trabalhar em conjunto para restaurar o crescimento mundial e realizar as reformas necessárias nos sistemas financeiros do mundo".
- "Nosso guia nestes trabalhos será a convicção comum de que os princípios do mercado, das economias abertas e dos mercados financeiros corretamente regulamentados favorecem o dinamismo, a inovação e o espírito da iniciativa, indispensáveis ao crescimento econômico, ao emprego e à redução da pobreza.
O G20 se compromete especialmente:
- Levar a cabo qualquer ação necessária para estabilizar o sistema financeiro;
- "Reconhecer a importância do apoio que a política monetária pode trazer, nas condições apropriadas a cada país";
- "Utilizar medidas orçamentárias para estimular a demanda interna com resultados rápidos (...), mantendo ao mesmo tempo uma orientação política que leve à 'sustentabilidade' orçamentária";
- Garantir que o FMI, o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento disponham de medidas suficientes.
Para o G20, "a regulação depende, acima de tudo, da responsabilidade dos reguladores nacionais (...). É indispensável intensificar a cooperação internacional entre reguladores, reforçar as normas internacionais donde for necessário e fiscalizar sua aplicação uniforme".
Pede-se aos ministros das Finanças do G20 a elaboração de "uma primeira lista de medidas específicas (...), incluindo ações de alta prioridade, que devem estar prontas antes de 31 de março de 2009".
A cúpula do G20 se reunirá de novo antes do dia 30 de abril, "para verificar a aplicação dos princípios e decisões" adotados neste sábado.
O G20 se pronuncia contra "uma regulação excessiva que colocaria obstáculos para o crescimento e exacerbaria a redução dos fluxos financeiros, inclusive para os países em desenvolvimento".
"É vital rejeitar o protecionismo (...). Nos absteremos nos próximos 12 meses de impor novas barreiras ao investimento e ao comércio de bens e serviços (...). Nos esforçaremos para chegar, ainda este ano, a um acordo sobre temas que levem à conclusão da agenda para o desenvolvimento da Rodada de Doha da OMC, com um resultado ambicioso e equilibrado".
O G20 reconhece "o impacto da crise sobre os países em desenvolvimento, principalmente os mais vulneráveis (...), e reafirma a importância (dos) compromissos em matéria de ajuda ao desenvolvimento". O G20 pede às economias desenvolvidas e emergentes que (disponibilizem sua ajuda) à altura de sua capacidade e (papel) na economia global".